ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
27-5-2009.
Aos vinte e sete dias do mês de maio do ano de dois
mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Beto Moesch, DJ
Cassiá, Dr. Thiago Duarte, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro,
Nelcir Tessaro, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias Vidal, Emerson
Correa, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Pancinha,
Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro
Zacher, Nilo Santos, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Ervino
Besson, o Projeto de Resolução nº 013/09 (Processo nº 2038/09); pelo Vereador
João Pancinha, o Projeto de Lei do Legislativo nº 087/09 (Processo nº 2045/09);
pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/09
(Processo nº 1880/09); pelo Vereador Tarciso Flecha Negra, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 083/09 (Processo nº 1993/09). Na ocasião, foi apregoado o
Memorando nº 073/09, firmado pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que o
Vereador Adeli Sell representou externamente este Legislativo, ontem, no Grande
Expediente Especial em homenagem aos trinta anos da reconstrução da União
Nacional dos Estudantes – UNE –, às quatorze horas, na Assembléia Legislativa
do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 10373802, 10373970 e 10374069/09, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. Após, por solicitação do Vereador Reginaldo
Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor
Marcelo Moreira Tostes, ex-Presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Sul, falecido no dia de ontem. A seguir, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador Paulinho Ruben Berta, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia primeiro de junho do corrente, tendo
o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Emerson Correa,
após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do
compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Na
oportunidade, foram apregoadas Declarações firmadas pelos Suplentes Maristela
Maffei, Gisele de Souza Borges, Neio Lúcio Fraga Pereira, Agnaldo Munhoz de
Camargo e Júlio César de Souza Gonçalves, informando seus impedimentos em assumir
a vereança do dia de hoje ao dia primeiro de junho, em substituição ao Vereador
Paulinho Ruben Berta. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram apregoadas as Emendas no 01, de
autoria dos Vereadores Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT, e Beto Moesch, e
nº 02, de autoria da Vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, e do
Vereador Adeli Sell, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/08
(Processo nº 4225/08) e a Emenda nº 02, de autoria dos Vereadores Mauro Zacher,
Líder da Bancada do PTD, e Tarciso Flecha Negra, ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 051/08 (Processo nº 1997/08). Em seguida, nos termos do artigo
13 da Resolução nº 1.319/96, o Senhor Presidente apregoou o Requerimento nº
059/09 (Processo nº 2000/09), de autoria do Vereador Carlos Todeschini, que
requer a apuração de prática de ato atentatório à ética parlamentar por parte
do Vereador Valter Nagelstein. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº
031/09. Em continuidade, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 010/08: de nº 03, de autoria dos Vereadores
Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT,
Mauro Pinheiro, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Marcello Chiodo, Sofia Cavedon e Toni
Proença; de nos 04 e 05, de autoria dos Vereadores João Antonio Dib,
Líder da Bancada do PP, e Beto Moesch; e de nº 06, de autoria dos Vereadores
Mauro Pinheiro, 1º Vice-Líder da Bancada do PT, e Adeli Sell. Após, foram
aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa do envio de Emendas
apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/08 à apreciação de
Comissões Permanentes: de autoria do Vereador Mauro Zacher, com referência à
Emenda nº 01; de autoria da Vereadora Maria Celeste, com referência às Emendas
nos 02 e 03; de autoria do Vereador João Antonio Dib, com referência
às Emendas nos 04 e 05, e de autoria do Vereador Mauro Pinheiro, com
referência à Emenda nº 06. Também, foi apregoado Requerimento de autoria da
Vereadora Maria Celeste, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação
em destaque das Emendas nos 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/08. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria
do Vereador Adeli Sell, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada
de tramitação da Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 010/08. Na ocasião, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador
Tarciso Flecha Negra, solicitando que a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 051/08, fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões
Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 010/08 e as Emendas nos 01, 03, 04, 05
e 06 apostas, após terem sido discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib,
Beto Moesch, Adeli Sell, Airto Ferronato, Mauro Zacher, Maria Celeste, Fernanda
Melchionna, Carlos Todeschini, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Bernardino
Vendruscolo, Luiz Braz, Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson e Alceu Brasinha e
encaminhados à votação pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell, Alceu
Brasinha, Mauro Zacher, Luiz Braz, Fernanda Melchionna, Sofia Cavedon, Valter
Nagelstein, Reginaldo Pujol e Waldir Canal. Durante a apreciação do Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 010/08, os Vereadores João Pancinha, Juliana
Brizola, Mario Manfro e Mauro Pinheiro cederam seus tempos de discussão,
respectivamente aos Vereadores Beto Moesch, Mauro Zacher e Luiz Braz e à
Vereadora Sofia Cavedon. Ainda, as Vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia
Cavedon e o Vereador Alceu Brasinha formularam Requerimentos verbais,
solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador
Valter Nagelstein, no encaminhamento à votação do Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/08, tendo-se manifestado a respeito o Vereador Haroldo de
Souza e tendo o Senhor Presidente informado que a decisão da retirada de
expressões de pronunciamentos cabe ao próprio autor do pronunciamento. Também,
a Vereadora Sofia Cavedon manifestou-se acerca dos gastos de campanha do
Vereador Valter Nagelstein. Em seguida, foi votada destacadamente e aprovada a
Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/08, após
ser encaminhada à votação pelo Vereador Aldacir José Oliboni. Foram aprovadas as
Emendas nos 01, 04, 05 e 06, apostas ao Projeto de Lei Complementar
do Executivo nº 010/08. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo
nº 010/08, por trinta e dois votos SIM e dois votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago
Duarte, Elias Vidal, Emerson Correia, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, João
Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo
Santos, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra,
Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e Não os Vereadores Haroldo de
Souza e João Antonio Dib e tendo apresentado Declaração de Voto, conjuntamente,
os Vereadores João Antonio Dib e Haroldo de Souza. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e do Professor
Régis, do Instituto Vicente Pallotti, que comparecem à Câmara Municipal de
Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo
Memorial desta Casa, e dos Senhores Márcio Bins Ely, Secretário do Planejamento
Municipal, Fernando Dutra Michel e Celso Pitol, da Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC. Ainda, foram apregoados os seguintes Memorandos,
deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar
externamente este Legislativo: de nos 047 e 041/09, de autoria do
Vereador Beto Moesch, respectivamente no dia de hoje, na abertura da exposição
“Cacos da Mata”, às dezoito horas, na Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre, e no dia de amanhã, na reunião do Comitê de Gerenciamento da
Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, às quatorze horas, neste Legislativo; de nº
033/09, de autoria da Vereadora Maria Celeste, no dia de amanhã, no Grande Expediente
em homenagem ao Sistema Único de Assistência Social – SUAS –, às quatorze
horas, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre; de nº 043/09, de autoria do Vereador João Pancinha, no dia vinte e nove
de maio do corrente, na XLVIII Conferência Distrital do Distrito 4680 do Rotary
Internacional, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; e de nos
041 e 043/09, de autoria do Vereador Adeli Sell, respectivamente nos dias vinte
e nove e trinta de maio do corrente, na I Conferência Nacional de Segurança
Pública – CONSEG – Etapa Porto Alegre, neste Legislativo e no Colégio Sévigné,
em Porto Alegre, e no dia de amanhã, na cerimônia de abertura do 8º Encontro Regional
dos Corretores de Seguros do Estado do Rio Grande do Sul, às dezenove horas, no
Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Também, o Senhor Presidente
convidou todos para a I Conferência
Nacional de Segurança Urbana, Etapa Porto Alegre, a ser realizada nos dias
vinte e nove e trinta de maio do corrente, neste Legislativo e no Colégio
Sévigné. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados as Emendas nos
01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 051/08, e o Projeto
original, após terem sido encaminhados à votação pelos Vereadores Ervino
Besson, Tarciso Flecha Negra, Carlos Todeschini e João Antonio Dib. Na ocasião,
o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Edir
Oliveira, Secretário do
Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Estado do Rio Grande do Sul. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram:
em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 323/07, 057 e
084/09, o Projeto de Lei do Executivo nº 013/09; em 2ª Sessão, o Projeto de
Resolução nº 012/09. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Vereador Emerson Correa, que se pronunciou nos termos do § 8º do artigo 12 do
Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Beto Moesch e
Alceu Brasinha e a Vereadora Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo
Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se a Vereadora Maria Celeste e o Vereador João Pancinha. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a Vereadora Sofia Cavedon.
Às dezoito horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de
quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Adeli Sell, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Toni Proença e secretariados pelo
Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, eu solicito - e, se for preciso, depois formalizarei por escrito -
que se preste uma homenagem póstuma ao ex-Conselheiro, ex-Presidente do
Tribunal de Contas do Estado, ex-Presidente do Instituto de Previdência do
Estado do Rio Grande do Sul, conceituado médico de Porto Alegre Marcelo Moreira
Tostes, falecido no dia de ontem, cujos atos fúnebres estão em realização,
devendo concluir-se às 20h, no Crematório Metropolitano. Eu até solicito que,
posteriormente, se a Casa fizer chegar à família enlutada esta nossa
manifestação coletiva da Casa, eu me proponho, em 24 horas, a oferecer os endereços
necessários à comunicação. É o que eu requeiro formalmente, neste momento, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Sr. Vereador, eu defiro o pedido feito
com muita justeza. Concedo um minuto de silêncio pelo passamento de Marcelo
Tostes.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Paulinho
Rubem Berta solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 27 de maio
a 1º de junho. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Emerson Correa, que
integrará a Comissão Urbanismo, Transporte e Habitação, em função da
impossibilidade de os Suplentes Maristela Maffei, Gisele de Souza Borges, Neio
Lúcio Fraga Pereira, Agnaldo Camargo e Profº Júlio César de Souza Gonçalves
assumirem a Vereança.
Solicito que os presentes, em pé, ouçam o
compromisso que o Ver. Emerson Correa prestará a seguir.
O SR. EMERSON
CORREA:
“Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer
com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo.”
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Declaro empossado o Suplente, Ver. Emerson Correa. Seja bem-vindo a esta Casa.
V. Exª poderá fazer uso da tribuna, se assim o desejar, conforme art. 12 do
Regimento. (Pausa.)
Havendo
quórum, passamos à
Apregoo
as Emenda nº 01, de autoria do Ver. Beto Moesch, e nº 02, de autoria do Ver.
Adeli Sell, ao PLCE nº 010/08.
Apregoo
a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Tarciso Flecha Negra, ao PLL nº 051/08.
Srs.
Vereadores, de acordo com disposição regimental do nosso Código de Ética da
Câmara Municipal, anuncio que o Ver. Carlos Todeschini representou na Comissão
de Ética contra o Ver. Valter Nagelstein, que foi devidamente notificado. Cabe
ao Presidente comunicar ao Plenário e levar este assunto para distribuição na
Mesa Diretora - Processo 2000/09, Requerimento nº 059, de 24 de abril de 2009.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. nº 031/09 – (Proc. Nº 0946/09 – Ver. João Carlos Nedel) –
requer a constituição de Comissão Especial para busca de Soluções para Porto
Alegre enfrentar a Crise Global.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em votação o Requerimento nº 031/09, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 4225/08 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 010/08, que institui o Plano Diretor Cicloviário
no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Aldacir José Oliboni: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da maioria
absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Em discussão o PLCE nº 010/08. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu devo dizer a V. Exas que eu não acredito neste Projeto.
Meu
sonho de criança era ter uma bicicleta e eu poderia andar em lugares calmos sem
problema nenhum, mas eu não tive a bicicleta. Depois de velho - não cheguei a
ser velho, mas, depois de ter mais idade, eu não quis comprar a bicicleta.
Andei muito na bicicleta ergométrica.
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, este é um Projeto que
estabelece um Plano Cicloviário para a Cidade. Ora, se eu não tenho um Plano
Viário, como é que eu vou ter um Plano Cicloviário - feito só por estrangeiros
-, para que se apresentasse este Projeto? O que eu entendo uma agressão à
Câmara.
Eu
quero que os Vereadores vejam que o Processo é este aqui (Mostra Processo.). E
a EPTC distribui este material aqui que é o Relatório Final (Mostra
Relatório.). A Câmara não tinha direito a receber isto aqui.
É
claro que eu estive verificando os autores do Projeto, todos estrangeiros para
Porto Alegre: Wagner, São Paulo; Fernando, São Paulo; Cristiana, São Paulo;
Sérgio, São Paulo; Ricardo, São Paulo; Ubiraci, Distrito Federal; Antônio, São
Paulo; Arlindo, São Paulo; Felício, São Paulo; Antônio, Distrito Federal;
Marcelo, São Paulo. E há três aqui do Rio Grande do Sul, mais os técnicos da
SMAM, da SMOV, da EPTC. Tudo bem.
Agora,
nós recebemos, aqui, um Projeto que diz - este aqui eu consigo ler, porque eu
recebi, por gentileza do Ver. Mauro Zacher, uma cópia deste monumental
documento: “O princípio do Plano é possibilitar o trânsito de bicicletas com
segurança por toda a Cidade. É garantir uma maior mobilidade da população, com
o objetivo de consolidar as propostas do PDDUA. O Sistema Cicloviário Potencial
é determinado por dois critérios: a rede de ciclovias, que são rotas diretas
que visam à mobilidade e ligam diferentes pontos da Cidade; e as vias por
tráfego compartilhado e ciclofaixas, que objetivam a acessibilidade e segurança
do ciclista nas vias de trânsito local. A rede de ciclovias é formada por 410
km de vias onde há demanda atual de ciclistas, grande número de acidentes que
envolvem bicicletas e/ou espaço na via para implantação de ciclovia. A rede de
ciclovias ou rede cicloviária tem como objetivo a mobilidade na escala da
Cidade, proporcionando maior conforto em viagens longas (entre bairros). São
rotas diretas, sem desvio, que levam em conta a declividade...”.
Eu já vou parar por aqui. Aqui nesta previsão,
neste material que não veio para a Câmara - veio só esta coisa aqui - diz que
vai ter uma ciclovia na Av. Independência. Será que ele considerou a
declividade ou aclividade, como queiram, da Av. Independência? Será que
considerou? Disse que foi considerado. Eu não olhei aqui se também incluíram a
Rua Ramiro Barcelos - até vou olhar agora, Sr. Presidente, se está incluída a
Rua Ramiro Barcelos.
Só quero dizer que, para fazer um Projeto desses,
tinha que ser estranho à Cidade, tinha que não conhecer a Cidade. Devo dizer
que, quando o Dr. Jaime Lerner foi chamado pelo Governador Brizola, no seu
primeiro mandato como Governador do Rio de Janeiro, porque ele era o gênio do
urbanismo, não deu certo no Rio de Janeiro, porque ele não conhecia o Rio de
Janeiro. Tem que conhecer a cidade, tem que conhecer os hábitos.
Essas pessoas que fizeram este projeto imaginaram
que tinham um Plano Cicloviário. Olha, eu fui Secretário de Transportes duas
vezes, sinto-me responsável, não quero que ninguém morra nas ciclovias do Dr.
Luiz Afonso Senna. Quero dizer também que duvido que ele faça, na Av. Ipiranga,
a ciclovia que foi anunciada. Portanto, não vou votar nem sim, nem não, nem
abstenção; simplesmente, eu vou olhar. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Zacher, solicitando
dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLCE nº 010/08 à apreciação das Comissões;
também apregoo Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, solicitando
dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLCE nº 010/08 à apreciação das Comissões.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Tarciso
Flecha Negra, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 02 ao PLL nº 051/08 à
apreciação das Comissões. (Pausa.)
Em votação os Requerimentos apregoados. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar,
nós estamos hoje diante de um fato histórico na cidade de Porto Alegre, porque
a demanda por ciclovias, a demanda por uma infraestrutura para as bicicletas e
para que nós tenhamos a bicicleta como um modal de transporte não é de agora: é
uma luta que começou nos anos 70, e esse tema começou a ser legislado por esta
Casa já no início dos anos 80. Nós temos o repertório de legislação que esta
Casa aprovou - muitas de iniciativa desta Casa -, em virtude de que, sim, Ver.
Mauro Zacher, nós temos a cultura da bicicleta em Porto Alegre. Não há cidade
no mundo hoje que priorize - graças a Deus! - o carro como o único modal para a
fluidez do trânsito, porque as cidades ficaram saturadas; não há mais viadutos
para fazer; não há mais avenidas para alargar. Qualquer cidade está fazendo
isso. A cidade de Seul está fazendo uma revolução urbanística em virtude de
erros do passado, por terem apenas priorizado o carro como meio de transporte.
E
o Plano Cicloviário não é da iniciativa, Verª Maria Celeste, do Governo
anterior ou deste Governo: é uma resposta dos Governos a uma demanda da
sociedade, porque lamentavelmente a tão propalada 3ª Perimetral, a mais nova
das avenidas de Porto Alegre, que custou 150 milhões de dólares, não previu
ciclovia; não previu arborização nos canteiros centrais; uma avenida nova com
conceito antigo, Verª Fernanda. Uma avenida nova com conceito antigo! E, por
isso, em 1996, os ciclistas, as entidades ecológicas foram, com cinco mil
pessoas, ao Paço Municipal exigir a ciclovia da 3ª Perimetral. Infelizmente,
Ver. Todeschini, a obra já estava para começar em termos de projeto executivo.
Aquela avenida ultrapassada, conservadora, desumana que está aí, já estava com o seu projeto
pronto, e não tinha mais como fazer a ciclovia ali. A resposta do banco
financiador, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, é que a Prefeitura,
então, faça em contrapartida da 3ª Perimetral o Plano Cicloviário, que nós
agora vamos apreciar nesta Casa, finalmente, em 2009! Uma demanda que vem dos
anos 70 e que foi uma contrapartida obrigatória exigida pelo banco financiador
à Prefeitura em 1996. Nós estamos atrasados, mas antes tarde do que nunca.
E mais, Ver. João Antonio Dib, pelo respeito que
tenho por V. Exª, quero mostrar que, justamente por V. Exª presidir a Comissão
do Plano Diretor, este Plano Cicloviário tem que ser votado, porque uma
Instrução Normativa que nós fizemos para passar a exigir que qualquer
empreendimento público ou privado, ao fazer via nova, Ver. DJ Cassiá, ou
reformar vias, passa a partir de 2007 a ter que prever a ciclovia nesses
trajetos, e os considerandos, Ver. João Antonio Dib, são em virtude do que já
está no atual Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Beto Moesch, concordo com Vossa
Excelência. Para o futuro, para os novos loteamentos, deve acontecer isso, mas
não se pode fazer um Plano Cicloviário sem ter o Plano Viário. E chamo a
atenção para o que disse o técnico holandês que esteve aqui: que aquela
ciclovia da Av. Diário de Notícias é um bom passeio de pedestres.
O SR. BETO MOESCH: Mas é porque,
Ver. João Dib, a SMOV esqueceu de prever a calçada na avenida. Tinha que ter a
ciclovia e mais a calçada. Não fizeram a calçada. Este é o problema da Diário
de Notícias: não previram a calçada. Foi um erro do projeto, não é problema da
ciclovia.
E diria mais: olhem o que diz o Plano Diretor,
então, em relação a este tema, no art. 6º, Inciso I, parágrafo único do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano. (Lê.):” Dispõe que a estratégia de
mobilidade urbana [do atual Plano de 1999] tem como objetivo geral qualificar a
circulação em transporte urbano, proporcionando os deslocamentos na Cidade e
atendendo as distintas necessidades da população, dando prioridade...” Dando
prioridade, Ver. João Dib, e isso não ocorre em Porto Alegre, e nunca ocorreu,
porque continua se
priorizando o automóvel individual. É só olhar as contrapartidas dos
empreendimentos da Prefeitura, onde mais de 80% são para ruas e avenidas, para
os automóveis. Mais de 80% das contrapartidas que o empreendimento tem que
fazer para a Cidade são para vias, para o automóvel, desrespeitando, Ver. Dib,
o que está no Plano Diretor, porque o art. 6º diz o seguinte: “... dando
prioridade ao transporte coletivo, aos pedestres e às bicicletas”. Isto não
está sendo executado! Isto é uma letra morta na lei do Plano Diretor! Porque,
volto a insistir, o que sempre os técnicos da EPTC priorizaram – sempre! - foi
o automóvel. É alargamento de avenidas, são viadutos para automóveis, nem
sequer para o transporte público.
Verª
Maria Celeste, mais de 80% das contrapartidas do empreendimento público ou
privado para a Cidade são para vias automobilísticas em detrimento de todo o
restante!
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. João Pancinha se inscreve, para discutir o PLCE nº 010/08, e cede seu
tempo ao Ver. Beto Moesch.
O
SR. BETO MOESCH: Muito
obrigado. Eu estou tentando, aqui, dialogar no sentido técnico, Ver. Dr. Raul.
Nós falávamos, ontem, na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que apenas nas
cidades de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto
Alegre, onde a USP fez um estudo sobre a poluição atmosférica veicular, se
constatou que quase 500 milhões de reais são investidos pelo Sistema de Saúde
para atender às doenças causadas pela poluição atmosférica dos veículos. Quase
500 milhões de reais/ano apenas nessas cidades, em virtude das doenças causadas
pela poluição veicular!
E
o Plano Diretor não fica apenas no art. 6º, ele vai além. Diz o art. 7º,
incisos I e X: “O PDDUA diz que o setor urbano de mobilidade como as áreas da
Cidade com restrição ao tráfego veicular de passagem ou de travessia deve ser
em favor do pedestre e da bicicleta e do tráfego local, e a rede cicloviária
como um conjunto de ciclovias integradas com o sistema de transporte urbano”.
Ora, é o que o Plano Cicloviário está apresentando nesta contrapartida
obrigatória da Prefeitura ao banco financiador da 3ª Perimetral. É justamente,
Ver. João Antonio Dib, o diálogo deste Projeto de Lei que estamos debatendo com
o que está no atual Plano Diretor. O problema é que esses artigos do Plano
Diretor foram esquecidos. Esse é o problema! Aí, eu concordo com o Ver. João
Antonio Dib num aspecto: não precisava de lei. Nós não precisávamos de um
Projeto de Lei para o Plano Cicloviário. Poderia ser uma normativa da
Prefeitura, uma diretriz atendendo ao que já está no Plano Diretor. Mas, se o
Executivo entende que deve ser por via legislativa, cabe a esta Casa, no
mérito, acolher e, na minha opinião, dar uma resposta positiva a este modal tão
propalado e tão esquecido na cidade de Porto Alegre. Vai além o Plano Diretor.
O art. 8º traz como estratégia de mobilidade urbana, dentre outros, o Programa
Viário, o qual abrange os gravames, os projetos e as obras de implementação da
malha viária, inclusive das ciclovias e vias de pedestres. Ou seja, o Plano
Diretor, sempre quando fala na mobilidade urbana, traz como prioridade a
ciclovia, Verª Juliana Brizola, mas isso estava como letra morta. Esse é o
problema! Só se executa o que é ruim do Plano Diretor, que são os projetos
especiais, que são os espigões, que é a falta de consulta à população nas
licenças aos empreendimentos. Isso se faz. Agora, a parte boa do Plano é
esquecida, mas já está legislada. O Plano Diretor atual vai além com relação às
ciclovias. As ciclovias são, segundo o Plano Diretor, as vias com
características geométricas e infraestruturais próprias ao uso de bicicletas,
como classifica o art. 10, inciso V, do próprio Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano. E a Lei Orgânica, no seu art. 201, também diz que o
Município, através do Executivo, do Legislativo e da comunidade, promoverá o
desenvolvimento urbano e a preservação do meio ambiente com a finalidade de
alcançar a melhoria da qualidade de vida e incrementar o bem-estar da
população. Hoje, numa cidade metropolitana, isso é impossível sem a cultura da
bicicleta. Poderíamos dar alguns dados a mais. A bicicleta é o modal mais
rápido do mundo em área urbana com tráfego, é o transporte mais rápido em
percursos de até seis quilômetros, com as infraestruturas adequadas,
Presidente, como quer o Plano Cicloviário, sem falar que é o transporte mais
barato, portanto, o que mais oferece inclusão social, o que não polui e o que
atende a todas as demandas de uma cidade como a de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Toni Proença, na direção dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras; Ver.
DJ Cassiá, o orador que acaba de falar aqui disse que o meio de transporte mais
rápido das cidades é a bicicleta, em percursos de até seis quilômetros.
Convenhamos, não conhece metrô! Pode pegar o nosso Trensurb, que não é um dos
metrôs modernos, mas o trem de passageiros é mais rápido do que a bicicleta em
um, dois, três, quatro ou cinco quilômetros. Então, não venha inventar história
aqui, apesar de que vou votar favoravelmente ao Projeto. Agora, enrolação aqui
nesta Câmara... Eu sou atento, eu posso estar usando meu laptop ali -
alguns membros da imprensa acham que Vereador não pode usar laptop -,
mas eu ouvi esse besteirol que o Vereador acabou de falar. E disse outras
coisas completamente absurdas, como, por exemplo, que, na 3ª Perimetral, não
teria tido planejamento de arborização no canteiro central. Não é verdadeiro,
porque as empresas tiveram que plantar, inclusive, em alguns lugares onde não
havia condições, naquele espaço do vão central, e as árvores morreram. Foi ele,
quando Secretário, que obrigou as pessoas a fazerem isso; as árvores morreram,
e tiveram que replantar depois, porque ele entrou no Ministério Público. Isso é
o Ver. Beto Moesch, que vem aqui, faz um monte de enrolação e acha que todo o
mundo está dormindo no plenário. Não tem essa história, vamos nos respeitar!
Inventar história, mentir aqui, não tem papo, a gente está atento e vai
corrigir!
Tem
mais. O Vereador é um grande defensor das ciclovias, mas o que fez o Vereador
na Secretaria Municipal do Meio Ambiente em relação ao Caminho dos Parques? A Prefeitura
abandonou, mas não mandou tirar os totens do Banco Santander, que está fazendo
publicidade de graça com totens em espaço público, e a ciclovia Caminho dos
Parques “foi para o espaço”, Ver. João Dib. É certo esse tipo de postura,
quando o Secretário não fez o que deveria ser feito, e, depois, vem cobrar do
seu Governo? O Vereador diz que é da base do Governo! Convenhamos, convenhamos!
Qual foi a discussão que ele fez com a base do Governo? Não, assim não dá! Isso
aqui é a Câmara de Porto Alegre! Tem alguém que dorme aqui? Olha, não sei, mas
a maioria tenta não dormir, e eu sou um deles! Aqui ninguém passa esse tipo de
jaburu!
Vou adiante. Sobre a questão do BarraShoppingSul. O
que aconteceu? Foi feita uma ciclovia com problemas. Estavam o Ver. Mauro
Zacher, o Ver. Beto Moesch e outros na Audiência Pública que foi feita. O que
disseram os ciclistas, Ver. Mauro Zacher? Que tem problemas naquela ciclovia.
Agora, a calçada, quem tem que fazer, como todo o mundo sabe, é lei, é o
proprietário da área. Quem tem a concessão do outro lado? É o meu time de
futebol, o Grêmio, quem tem que fazer a calçada lá é o Grêmio. E os outros
clubes que não estão fazendo, que ganharam de lambuja um espaço público? Não!
Vamos cobrar de quem tem que ser cobrado. O BarraShoppingSul fez uma ciclovia
com problemas, eu não sou um técnico, eu estou repetindo aqui o que o pessoal
ciclista falou em uma Audiência Pública, e eles devem saber que tem problemas,
porque eles são do métier. Agora, as calçadas são de competência de quem
tem a concessão no entorno, ao longo da Av. Diário de Notícias. A SMOV também
não cobra das pessoas, dos proprietários os remendos que têm que fazer, a
restauração, a recuperação de calçadas de Porto Alegre. Alardeiam em praça
pública que vai ter fiscalização, que vão ver as calçadas, e colocaram o
Prefeito José Fogaça num constrangimento. Se ele não vê os problemas que há,
não vê os Secretários que tem, paga a conta depois. Eu estou alertando a base
do Governo, Ver. João Pancinha. Eu estou alertando! Há problemas! É preciso dar
atenção a essas coisas.
Então, nessa questão do Plano Cicloviário, eu
também estou fazendo uma Emenda, espero dialogar com aqueles que têm
conhecimento de causa - vários Vereadores aqui são muito mais experientes nesse
tema do que eu -, como, por exemplo, os
ciclistas profissionais. Eu estou disposto a dialogar, até a mudar a minha
Emenda, a fazer uma Subemenda, se for o caso. Eu quero dialogar com aquelas
pessoas que estão tratando desse tema, porque eu não acho que tenha razão em tudo,
eu quero dialogar sobre esses temas. Agradeço a oportunidade de poder falar
essas coisas que falei aqui, porque ninguém está dormindo no plenário.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores; eu acredito que, na tarde na hoje, primeiramente é
importante ressaltar o nosso encontro de domingo, quando tivemos o Jogo da
Solidariedade. Quero cumprimentar a todos e, em especial, ao Ver. Tarciso e ao
Ver. Brasinha, que encabeçaram a realização desse nosso evento. Aqui na Câmara,
a todo o momento, eu estou sendo instado a explicar um lance. Fui dúvida
durante todo o tempo, mas o treinador, acreditando na minha potencialidade,
colocou-me em campo. Entrei na diagonal, matei no peito - foi assim que
aconteceu -, desequilibrei-me e cai. Para mim, foi pênalti, indiscutivelmente,
alguém me empurrou!
Então,
feita esta observação oportuna e séria, nós estamos aqui também tratando de um
tema relevante para a Cidade e para toda e qualquer cidade, em qualquer parte
do País. É necessário que se pense na implantação de ciclovias nas cidades, em
especial, nas cidades maiores. Particularmente já falei aqui, apresentei uma
proposta para que, na orla do Guaíba, naqueles nossos já conhecidos e bastante
discutidos 60 metros, se reserve espaço para ciclovias desde o Centro até o
Lami. Também estamos estudando, e sei que é possível, uma ciclovia que comece
na Zona Norte - nas voltas da Av. Sertório tem espaço para ela chegar até o
Centro, aqui nas proximidades do Cais do Porto. E nós, agora, estamos tratando
da proposta, tão defendida, com competência, pelo Ver. Mauro Zacher e por
outros, que é a proposta da instalação desse Plano Cicloviário para a cidade de
Porto Alegre. Se temos algumas dificuldades, como aponta o Ver. João Dib, na
verdade, nós temos aí avanços a comemorar, um início de caminhada num processo
que qualquer cidade mais avançada desse nosso planeta detém, já pensa, já está
implantando e muita coisa a respeito disso já foi implantada. Daí o motivo de
eu estar aqui dizendo que vou votar favoravelmente ao Projeto e dizendo que é,
na verdade, uma proposta que começa a movimentar e a sinalizar para despertar o
interesse de todo o governante do Município de Porto Alegre. Em razão disso nós
votaremos favoráveis ao Projeto. E, para mim, aquele lance foi pênalti!
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos
a Emenda nº 03, assinada pela Liderança da Bancada do PT e outros Vereadores,
proposição do Ver. Aldacir José Oliboni, ao PLCE nº 010/08.
Apregoamos
a Emenda de Liderança nº 04, de autoria do Ver. João Dib, Líder da Bancada do
PP, ao PLCE nº 010/08.
Em
votação o Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita dispensa
do envio da Emenda nº 03 ao PLCE nº 010/08 à apreciação das Comissões. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Dib, que solicita dispensa do
envio da Emenda nº 04 ao PLCE nº 010/08 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoamos
o Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita destaque das
Emendas nº 02 e nº 03 ao PLCE nº 010/08.
O
Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
público das galerias, aos que nos assistem pela TVCâmara e nos acompanham pela
Rádio Web; sem dúvida, hoje é um dia bastante especial nessa caminhada, nessa
conquista para a Cidade e para os muitos usuários da bicicleta. Esta é uma
luta, Ver. João Dib, que se trava desde a década de 70, e, na década de 80,
iniciaram-se os primeiros estudos em relação às ciclovias na nossa Cidade, e
vários Governos tiveram algumas iniciativas com relação ao tema. Somente em
1993 foi construído aquele pequeno trecho de ciclovia, em Ipanema; mais
adiante, podemos relembrar - e já foi dito aqui -, o Caminho dos Parques, uma
bela iniciativa, porém, hoje não mais segura para os usuários.
A
Cidade ganha com o Plano Diretor Cicloviário. É um estudo bastante audacioso,
porque se trata de 495 quilômetros, Ver. Chiodo. Parece até impossível
acreditar que a Cidade possa ter toda essa quilometragem para esse modelo de
transporte, nesta Cidade com tantas diferenças em relação à sua topografia, uma
Cidade com muitos morros. E aí o Ver. João Dib nos ajuda com os argumentos que
nós levamos aos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras para aprovarem
este Plano, ao buscarmos informações com pessoas de outros países, moradores de
cidades mais desenvolvidas e com maiores problemas no trânsito, onde estão
sendo feitos fortes investimentos nas ciclovias - e Porto Alegre está indo por
esse caminho. Temos uma frota de mais de 600 mil carros; temos uma crise
econômica mundial que obrigou, para garantia de emprego de milhares de
trabalhadores, a diminuição do IPI. Esta medida incentivou, mais uma vez, a
compra e venda de automóveis, sobrecarregando os Municípios de carros e
obrigando-os a criar alternativas para que o trânsito tenha fluidez.
Evidentemente que a Cidade sonha com o metrô, e tem que sair o metrô nos
próximos anos. É bom o Projeto que o Executivo traz à Casa em relação aos
Portais, para desafogar o nosso Centro da Cidade. Mas ao criarmos a
“bicicultura”, há a possibilidade do transporte por bicicleta nas ciclovias,
garantindo a segurança para muitos trabalhadores que estão se aventurando pela
Cidade, sofrendo acidentes, morrendo até, porque se locomovem para o seu
trabalho, diariamente, de maneira insegura, porque não há o espaço adequado.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vereador,
seu tempo se encerra.
O
SR. MAURO ZACHER: Ver
Adeli, eu solicito continuar falando por cedência de tempo da Verª Juliana
Brizola.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito,
só peço licença aos já inscritos, Vereadores Maria Celeste, Fernanda Melchionna
e Carlos Todeschini, para fazer a transposição. (Pausa.)
O
Ver. Mauro Zacher continua com a palavra para a discussão do PLCE nº 010/08,
por cedência de tempo da Verª Juliana Brizola.
O
SR. MAURO ZACHER: Obrigado
aos Vereadores que me oportunizam continuar a defender a aprovação do Plano
Diretor Cicloviário. Hoje nós temos centenas de trabalhadores que se locomovem,
diariamente, de casa para o trabalho e do trabalho para casa, e se acidentam,
porque não usam o capacete e andam em bicicletas inadequadas, sem sinalização, e,
principalmente, pelo nosso motorista, que não está acostumado a lidar com o
ciclista à sua direita.
Este
Plano Diretor enxerga todas essas questões que nós queremos para a nossa
Cidade. Primeiro, o espaço integrado em que as pessoas possam se locomover em
curtos trechos, mas que a Cidade tenha essa conectividade entre as distâncias
relativas ao transporte da bicicleta; que tenham uma educação para o trânsito,
fazendo com que tanto o ciclista como o motorista saibam da sua
responsabilidade no trânsito; que tenham - e vejo aqui o nosso grande ativista
dos ciclistas, o “Lagartixa”, assim como empresário do ramo, o Mauro, que sabem
da nossa caminhada em relação a este Projeto - não só o espaço, mas a educação
para o trânsito e espaço para guardarem as bicicletas. Enfim, quero dizer que
estamos dando, hoje, um grande avanço, porque estamos indo no mesmo caminho das
cidades desenvolvidas, que estão investindo milhões em ciclovias.
Eu
trouxe aqui alguns dados. O Plano prevê - e a gente fala tanto em planejamento,
e esta matéria está sendo gravada no Plano Diretor - 495 quilômetros; uma
demanda potencial a ser concluída no ano de 2022, para atender, mais ou menos,
314 mil viagens diárias, se conseguirmos atingir essa meta. E é um investimento
muito baixo! Se nós precisamos de três, de quatro bilhões para fazer o metrô,
se nós precisamos de milhões para realizar os Portais, nós precisamos apenas de
40 milhões para concluir o Plano Diretor Cicloviário. É um investimento muito
baixo, se considerarmos o potencial de ciclistas que a nossa Cidade pode ter.
Eu
quero ainda dizer que este Plano tem objetivos bastante claros: estimular a
utilização, criar a “bicicultura” na nossa Cidade; construir um espaço
adequado, integrado para que haja a conectividade; promover, priorizar os meios
de transporte; organizar de maneira adequada a circulação cicloviária; e,
principalmente, Ver. Beto Moesch, companheiro desta Casa, reduzir a poluição da
nossa Cidade. Nós sabemos que isso é apenas uma etapa, é apenas um segmento,
mas eu tenho certeza que o Plano Diretor Cicloviário veio para ficar, veio para
consolidar esse modelo de transporte que nós, porto-alegrenses, esperamos há
muitos e muitos anos e que hoje possamos dar, Ver. Pujol, o primeiro passo para
que o Executivo não deixe apenas no papel, mas transforme esta lei em ciclovias
na nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; quero
aqui parabenizar a iniciativa dos Vereadores, especialmente do Ver. Mauro
Zacher, que é o Relator da temática que inclui, Ver. João Antonio Dib, o Plano
Cicloviário da Cidade. Parabenizo, porque fizemos uma combinação na Mesa
Diretora de que todos os Projetos pertinentes ao Plano Diretor da Cidade, para
serem oportunamente colocados na Ordem do Dia, deveriam, pelo menos, ter o
parecer da relatoria pertinente. E tão logo foi colocada esta proposta pelo Governo
à Mesa Diretora desta Casa, o Ver. Mauro Zacher, que é o Relator, organizou um
seminário no qual se puderam tirar todas as dúvidas, o levantamento de várias
questões que ainda não estavam claras neste Projeto. Então, de fato, Ver. João
Antonio Dib, nós estamos cumprindo, rigorosamente, a regra estabelecida por
esta Casa no que é pertinente à legislação do Plano Diretor e de todos os
projetos de iniciativa do Governo.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Celeste, eu
tenho aqui uma instrução da Secretaria do Meio Ambiente, que diz assim:
“Considerando que o art. 8º, inciso III, do Plano Diretor traça como estratégia
de mobilidade urbana, dentre outros, o Programa Viário, o qual abrange os gravames,
os projetos e as obras de implementação da malha viária, inclusive das
ciclovias e vias de pedestre”. Onde está o Plano Viário?
A
SRA. MARIA CELESTE: Obrigada,
Ver. João Antonio Dib. Certamente deve estar nos anexos. Como sempre o Governo
manda os anexos que nós não conseguimos localizar, mas deve estar nos anexos
deste Projeto. Quero também dizer que para nós há uma surpresa quando
verificamos o Projeto, no seu art. 8º, e ali diz claramente que, para efeitos
desta Lei, considera-se ciclofaixa a faixa destinada ao trânsito exclusivo de
pedestre, aberto ao uso público, demarcada na pista de rolamento ou nas
calçadas por sinalização específica. Paralelo a isso, a EPTC acabou com o
Caminho dos Parques na Cidade. Eu, de fato, não compreendo muito a lógica estabelecida
pelo Governo que manda um Projeto no qual, no seu art. 8º, referenda o traçado
do Caminho dos Parques e, no mesmo semestre, é desconsiderado completamente
pela EPTC, e não há mais marcação nenhuma nos Caminhos dos Parques.
Tenho
visto rotineiramente que este Governo encaminha Projetos a esta Casa e atua de
uma forma diferenciada na concretização desses Projetos. Mais sério do que
isso, é que este Projeto já estava aqui quando foi completamente desconstituído
o Caminho dos Parques da nossa Cidade – uma conquista de muitos anos também do
movimento e de todos aqueles atuam nessa área e que usam a bicicleta não só
como esporte, mas, especialmente, como meio de transporte.
Essa
proposta que tramitou e que hoje nós vamos estar aqui, certamente, aprovando,
como Plano Diretor Cicloviário, é extremamente meritória e positiva. No
entanto, esses projetos e, especialmente, este Projeto, que é positivo para a
Cidade, precisa ter vontade política para que de fato ocorra. E o que se
percebe é que, quando se termina com o Projeto Caminho dos Parques na Cidade,
será que haverá vontade política para instalar realmente a ciclovia em todas
essas avenidas que aqui estão traçadas? Eu vejo inclusive ruas, lá da Zona
Norte, Ver. Beto Moesch, que sequer têm o meio-fio constituído, em que não há
mínima possibilidade da instalação de uma calçada, porque não tem o meio-fio
demarcado pela Secretaria pertinente da Prefeitura, e estão incluídas na
possibilidade de concretamente haver uma ciclovia naquela região.
Acho
extremamente importante que o Projeto do Plano Cicloviário esteja aqui. A nossa
parte, mais uma vez os Vereadores e Vereadoras irão fazer, assim como o fez o
Ver. Beto Moesch, que fez uma normatização, quando foi Secretário do Meio
Ambiente, que já tratava dessas questões. Porque o Plano Diretor da Cidade,
hoje em vigor, de 1999, já instituía algumas normatizações que não foram
regularizadas pelo Governo até então, e aí a Secretaria da sua área, da sua
iniciativa já normatizava pela grande confusão instalada na Cidade no que diz
respeito ao traçado das ciclovias. Então, há muitas preocupações, e eu espero
que este Projeto saia, de fato, do papel e que se concretize na Cidade. Isso
vai depender de vontade política do Governo local. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos
a Emenda n° 05/09, de autoria do Ver. Beto Moesch, subscrita pelo Líder da
Bancada do PP, Ver. João Antonio Dib, ao PLCE n° 010/08: “Altera a redação do
art. 24, passando a ficar com a seguinte redação: Art. 24. - Na construção de
empreendimentos considerados Empreendimento de Impacto Urbano de Primeiro ou de
Segundo Nível, na forma dos artigos 61 e 62 do PDDUA, deverá ser cobrada, como
contrapartida, a construção de ciclovias”.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Antonio Dib,
solicitando a dispensa do envio da Emenda n° 05 ao PLCE n° 010/08 à apreciação
das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
A Verª Fernanda
Melchionna está com a palavra para discutir o PLCE n° 010/08.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara e nas galerias da Câmara
Municipal; nós, do PSOL, achamos que este é um debate fundamental para a cidade
de Porto Alegre. Na verdade, o debate sobre os meios alternativos de transporte
é um debate necessário, e sobre esse tema se tem avançado em várias capitais do
mundo. Como exemplo, o que o Ver. Pedro Ruas trouxe a esta tribuna: do impacto
que as bicicletas têm como meio de locomoção dos trabalhadores e dos próprios
turistas, por exemplo, na cidade de Paris. No meio de uma crise ambiental, que
se agrava dia após dia, com os efeitos dramáticos que nós estamos assistindo
para as comunidades, seja no caso das enchentes, seja no caso do aquecimento
global e das mudanças climáticas, com tanto impacto para a população mundial,
evidentemente que temos que pensar meios de substituir o transporte ônibus e
carros para meios de transporte alternativos e não poluentes. Diria um
professor nosso da faculdade: ou o não transporte, no caso do deslocamento da
regularização fundiária das comunidades para perto do seu local de trabalho, ou
transporte com meios como a bicicleta ou outros transportes alternativos.
Isso também para a
proteção da vida das pessoas. Nós, como Vereadores da Cidade, sabemos da
quantidade de acidentes que
ocorrem com aqueles que vão de bicicleta para o trabalho ou dos jovens que
adoram passear de bicicleta e, ao não ter garantido um espaço, uma ciclovia
para poder andar de bicicleta, se aventuram nas avenidas da Capital. Então, é
evidente que um Projeto que propõe 495 quilômetros de ciclovia, de ciclofaixas
é importante para a nossa Cidade, e é fundamental que ele seja aprovado, já
parabenizando a iniciativa do seminário realizado nesta Casa. Nós, como
fiscalizadores, como Legislativo Municipal, temos que atentar sobre as
perguntas que devem ser feitas para o Executivo, e que no Projeto não ficam
claras.
Primeiro:
começa por onde o Projeto? Como temos 495 quilômetros, temos um Projeto que
lista dezenas de ruas e avenidas da cidade de Porto Alegre, mas que não propõe
ou não coloca onde vai ser o início das obras, em primeiro lugar. (Palmas do
Ver. João Antonio Dib.) Em segundo lugar – obrigada, Ver. João Dib –, qual é o
prazo de execução a que o Executivo se compromete com a cidade de Porto Alegre
para concluir as obras do Plano Diretor Cicloviário?
Há
uma pergunta que fica - pegando um exemplo apenas, porque cinco minutos, de
fato, é muito pouco. Tudo leva a crer que começa na rotatória da Restinga, uma
das vias do Plano Diretor Cicloviário, vai até a Av. Juca Batista. Vai até
aonde na Juca Batista? Vai até o entroncamento da Juca Batista? E, depois do
entroncamento da Av. Juca Batista, como seguem aqueles que usam a bicicleta
para ir trabalhar? Qual é a pesquisa que o Executivo fez sobre o fluxo de
pessoas que utilizam o meio de transporte bicicleta para se deslocarem na
Cidade aos seus locais de trabalho? Digo isso, porque, se quisermos de fato
substituir o ônibus, se quisermos de fato substituir o carro, vamos ter que
pensar as ciclovias de acordo com as rotas que levam os trabalhadores para o
seu local de trabalho, que levam os estudantes para a escola, os locais que
servem também para lazer e para o uso da bicicleta como um esporte. E isso não
aparece no Projeto, não aparece como pesquisa do Executivo.
Contraditoriamente,
a EPTC, como bem lembrou a Verª Maria Celeste, fecha o Caminho dos Parques.
Então parece, muitas vezes, meio picotado, impreciso e não cronometrado,
carente de um organograma que torne clara a execução do Plano Diretor
Cicloviário, que cabe, evidentemente, à Câmara também fiscalizar.
E
quero também colocar que o Executivo, no Projeto, usa o termo “uso de vias
compartilhadas”. Vias compartilhadas são as ruas que hoje já são compartilhadas
por motoristas e ciclistas e, pelo visto, se mantêm no Plano Diretor
Cicloviário. E nós sabemos dos terríveis problemas que acontecem com os
acidentes de trânsito, com a insegurança dos ciclistas e, muitas vezes, com a
falta de educação de alguns motoristas que partem para cima dos ciclistas.
Então, temos que avançar nesse sentido também, buscando construir um caminho
que esteja interligado, que permita o deslocamento das pessoas, que tenha prazo,
planejamento, previsão orçamentária e que, de fato, saia do papel, porque há
vários Projetos do Executivo que, muitas vezes, ficam reservados nas gavetas,
no papel, e, às vezes, não se encaminham.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Verª Fernanda Melchionna.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Ver.
Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
aqueles que nos acompanham aqui no dia de hoje, estudantes, assistência da
TVCâmara e da Rádio Web; nós vivemos num mundo de tendências e de escolhas
preocupantes. Ontem, o Ver. Beto Moesch trazia à COSMAM o dado sobre aquelas
seis Capitais que ele mencionou, onde são gastos, em saúde pública, mais de 460
milhões de reais por ano no sistema público de saúde, em função da poluição e
da baixa qualidade do ar, e algumas dezenas de pessoas morrem em consequência
da poluição.
A
cada dia é mais preocupante o fato do aquecimento global, o fato presente,
inclusive vivenciado agora, Bernardino, com grande intensidade, lá na Bacia do
Alto Uruguai, e que também se expandiu por todo o Estado. Evidentemente,
poderão dizer que isso é o fenômeno La Niña, e que isso que não tem a ver com o
assunto; tem sim, tem, porque, na medida em que nós continuarmos utilizando o
automóvel, enquanto o império do automóvel continuar, enquanto as cidades
estiverem lotadas de automóveis particulares, com menos transporte coletivo e
com menos transportes alternativos, nós vamos ter um agravamento do problema,
sim, pois, se o fenômeno da estiagem, por exemplo, é um problema ligado ao
fenômeno La Niña, ele também é muito agravado pelas mudanças climáticas e pelo
aquecimento global, porque isso aumenta a evaporação da água, rebaixa o lençol
freático e diminui o ciclo daquela água que, pelo menos, poderia ser reciclada
aqui pela evaporação e pela captação, pelo menos, do orvalho. Isso já passa a
não existir, cada vez mais diminuindo a retroalimentação do ciclo da água. Isso
tem tudo a ver com esta questão que estamos discutindo, a questão do uso do
transporte alternativo em que a bicicleta e a exigência de planos cicloviários
são imposições do mundo moderno. E parece que, quanto mais pobre, quanto mais
demoraram os países para se inserir nas economias modernas, maior esse
problema, porque, ao automóvel, é legada a conta para dar suporte e
distribuição de possibilidades e alternativas econômicas.
Eu
via, esses dias, um dado que mostrava que a indústria automobilística é responsável
por 23% do PIB nacional. Bom, é um dado significativo que põe todos os
Governos, independentemente de quais forem, reféns da lógica da economia sobre
rodas, da fabricação de automóveis, da fabricação e implantação de obras
pesadas para dar conta do tráfego, da movimentação, do deslocamento das
pessoas.
Isso
vai deixando sempre em segundo plano as alternativas econômicas e sustentáveis,
a arquitetura sustentável - como conversávamos, ontem à tarde, na COSMAM, por
exemplo -, onde a bicicleta tem que se inserir como um elemento estratégico. Os
países inteligentes, os países que venceram, pensaram isso cedo; assim é na
Holanda, assim é no Japão, assim são as cidades importantes como Paris e muitas
outras.
O
Projeto é bem-vindo, e vamos aprovar esse Plano Cicloviário, ainda sabendo que
ele andou a passos muito lentos, porque se passaram 13 anos; desde 1996, ele
está no escopo para ser elaborado. Treze anos só para elaborar o Projeto! O que
dirá para a implantação!
Então,
vejam só: nós temos sempre o império do poder, da força econômica e da grande
indústria que prepondera nas políticas de todas as cidades. Então, vamos votar
a favor, vamos aplaudir por ele ter chegado hoje, mas lamentar a demora. Foram
13 anos para chegar aqui. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Solicito silêncio aos Vereadores, pois estão atrapalhando a Mesa.
Anuncio
a presença da visita orientada de alunos da 4ª a 7ª séries, do Instituto
Vicente Pallotti - Clube de Ciências; são 30 alunos acompanhados pelo Professor
Régis. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial
desenvolve com as escolas de Porto Alegre.
Eu
gostaria que esses alunos fossem recebidos com uma salva de palmas. Obrigado
pela presença de vocês. Obrigado, Jorge, pela atividade com os alunos do
Instituto Vicente Pallotti.
Anuncio
a presença do Secretário de Planejamento do Município, o nosso colega
licenciado, Márcio Bins Ely. Registro também a presença do Subsecretário
Michel, da EPTC, e da equipe da EPTC.
Anuncio
a presença de dirigentes ciclistas que nos honram muito com suas presenças, no
momento em que nós estamos discutindo o Plano Cicloviário de Porto Alegre.
Solicito
aos Vereadores que estão conversando aqui na frente da mesa que tomem seus assentos,
porque vão atrapalhar o próximo orador na tribuna.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; eu venho à tribuna
discutir esta matéria, porque vejo nela algumas circunstâncias que justificam
uma análise.
Primeiramente, eu observo que este Projeto de Lei
está na Casa desde junho de 2008 e irá, naturalmente, completar um ano na
semana que vem.
Sr.
Presidente, há uma discussão paralela no plenário...
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Por favor, solicito silêncio ao Plenário, pois há um orador na tribuna.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Eu
peço desculpas aos colegas, pois estou interrompendo esta discussão que estão
promovendo e que, certamente, será de grande relevância para a Cidade, mas me
perdoem, sou mais limitado nas minhas preocupações; então tenho de examinar uma
matéria com a qual convivi - como a Verª Fernanda e tantos outros Vereadores -
somente a partir deste ano.
Parece
que a maioria das pessoas está com o assunto completamente resolvido. Todo o
exame da matéria foi feito no ano passado, na Legislatura anterior, com todos
os pareceres favoráveis, e que foram exarados no ano passado. O que se teve,
nesta Legislatura, foi muita discussão sobre se a matéria viria ou não a debate
e um seminário promovido pelo Ver. Mauro Zacher, que é a contribuição mais
objetiva que aqueles que não são Vereadores daquela época dispõem neste ano.
Eu
fiquei atento aos debates aqui ocorridos na expectativa de ver uma discussão
técnica a respeito da conveniência ou não da aprovação desse Projeto. Comecei
por ouvir uma manifestação do Ver. Dib, que, de forma amarga, diz que nem vai
votar esta matéria - simplesmente vai olhar o que está acontecendo.
Eu
entendo, Sr. Presidente, que as Comissões fornecem ao Plenário da Casa as
ferramentas e o combustível para as suas decisões. E, Ver. Tarciso, se temos
aqui um Projeto de Lei que foi analisado por cinco Comissões, que teve
manifestação favorável de todas elas - não há um voto discrepante -, seria para
nós uma ousadia muito grande discutir esta matéria não levando em conta essas
credenciais que a matéria possui, de ter sido recomendada a sua aprovação pela
quase totalidade da Casa, porque o exame por cinco Comissões da Casa significa
que 80% da Casa já se manifestou, opinou favoravelmente, inclusive o Ver.
Todeschini, que fez um belo pronunciamento aqui nesta tarde e que,
naturalmente, foi coerente com o Parecer que ofereceu na Comissão a que
integrava na Legislatura anterior, na qual diz que a matéria é repleta de
mérito, e por isso assina um Parecer favorável que é unanimemente consagrado
pelos seus companheiros de Comissão.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol,
todas as Comissões aprovaram, mas eu não assinei a aprovação como diz que...
Agora veja V. Exª que este trabalho aqui que se chama Plano Diretor Cicloviário
Integrado de Porto Alegre é de setembro de 2008, e a Câmara, que vai votar o
Plano Cicloviário, não tem o documento, só tem o nome de ruas. Como é que eu
vou fazer uma ciclovia na Independência? Eu quero saber!
O
SR. REGINALDO PUJOL: Ver.
Dib, eu não posso lhe responder na medida em que eu não fui o autor de nenhum
desses relatórios que foram aprovados, e na medida em que deles eu não
participei. Eu não acredito que tenha havido um “cochilo” tão grande dos
Vereadores da Casa que tenham recomendado aos seus colegas que aprovem uma
matéria que tenha defeito de tal ordem que não merecesse aprovação. De qualquer
forma, eu acolho o seu parecer no seu aparte com a consciência de que ele nasce
de uma pessoa extremamente zelosa no que se refere ao interesse da Cidade. E
alguma coisa deve estar havendo, pois a Casa toda ficou, parece-me, hipnotizada
pelos fatos e gerou este Projeto que está merecendo toda essa aprovação. Com
todo o meu carinho ao senhor, Dr. Dib, eu não vou poder lhe acompanhar nesta
história, o senhor vai ter de ficar sozinho, porque disse que não quer nem
votar. Eu nunca vou deixar de votar e, no caso, eu voto favoravelmente ao
Projeto. Tenho uma restrição, Ver. Beto Moesch, com relação a uma das Emendas
que V. Exª propõe, aquela que compromete 20% do que foi apurado com as multas,
para fazer planos de educação na Cidade. Não é que eu seja contra ao plano de
educação, mas eu tenho muito medo de quando a gente vincula as coisas às
multas... Eu tenho temor de que amanhã nós estejamos cobrando “Ora, os fiscais
têm de multar mais ainda para nós termos mais recursos”. A multa tem de ter o
sentido educativo e só! Não pode ser fonte geradora de recursos para os
Municípios fazerem os projetos, sejam eles os melhores possíveis! Então,
Vereador, com relação a esta Emenda, tenho restrição; no resto, vou acompanhar
inclusive o seu pronunciamento, as informações que V. Exª me passou, que foram
condizentes ao meu entendimento. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente
dos trabalhos, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu tenho as mesmas dúvidas que o Ver. Dib, porque o Projeto
não tem, de fato, na sua totalidade, a seriedade de uma lei, uma vez que ele é
mais um conjunto de intenções, principalmente no que diz respeito à lista de
avenidas nas quais deve ser realizada a ciclovia.
Eu quero dizer também que, lendo com atenção, como
legisladora, se não tivéssemos o Projeto e tivéssemos uma intenção política - o
Plano Diretor já prevê, já tem regulamentação na SMAM - as ciclovias já estavam
saindo na Cidade inteira, e não necessariamente precisaríamos de uma lei.
O que acho contraditório... acho que temos que
colocar a intencionalidade, sim, porque a nossa Cidade não pode se resignar à
lógica só do automóvel individual, nós devemos avançar para transporte
coletivo, de massa, rápido, que seja fora da superfície.
Então, hoje, o debate que se está tendo sobre o
metrô, para que ele entre no PAR, é estratégico, porque a nossa Cidade está, de
fato, saturada no seu trânsito, está saturada, e nós precisamos de ousadia, nós
precisamos de alternativas e de mudanças culturais. Então, ao lado da alta
tecnologia do metrô, e bem diferente dos Portais, na minha avaliação, apostar
em uma ciclovia é harmonizar com a natureza, com o crescimento sustentável,
trabalhar uma nova cultura, na nossa cidadania, e viabilizar o barateamento do deslocamento dos trabalhadores na
cidade de Porto Alegre. Acho que nós deveríamos pensar muito nesse sentido. A
passagem do ônibus é insustentável, e não só para os trabalhadores, mas para os
estudantes, Ver. Adeli - e nós discutimos hoje, de manhã, o Ensino Médio. Os
estudantes do Ensino Médio não conseguem pagar nem a meia passagem. Nós temos
muitas desistências, muita evasão. As boas escolas do Centro da cidade de Porto
Alegre têm vagas em turmas, têm muitas salas vazias, é o Julinho de Castilhos,
é o Instituto de Educação, é o Paula Soares. Ver. Bernardino, é fato que os
nossos estudantes não conseguem persistir, e muito é por falta de estrutura,
por impossibilidade de deslocamento das regiões mais distantes. Então,
investir, de fato, em ciclovias estratégicas, obrigar a ter estacionamento
seguro para as bicicletas, quem sabe vai viabilizar para os nossos jovens
estudarem, para os nossos universitários estudarem, para os nossos
trabalhadores se deslocarem para o trabalho com menos custo. E, claro, traz o
benefício da não poluição, traz o benefício da diminuição do trânsito. Mas eu
temo que esse seja um conjunto de intenções que não combine muito com a liberalidade
como este Governo trata a construção civil, os empreendimentos nesta Cidade. A
gente não enxergou no Projeto do Inter e do Grêmio, por exemplo, contrapartidas
sociais claras. Estamos, agora, lutando para a Zona Norte não perder todos os
seus campos de futebol, o seu galpão de CTG, a escola técnica, o que vai
substituir? O Governo não estabeleceu, em projetos daquela natureza, aumentando
o índice construtivo absurdamente, as contrapartidas sociais! E, quando faz
concessão privada, são concessões temerárias. Está aí o Camelódromo, com as
pessoas desistindo, sobrevivendo, enlouquecidas. Ontem, me ligava uma camelô
desesperada, porque o gerente não quer ligar as luzes do box dela e da mãe
dela, Ver. Brasinha, porque ela não pagou a luz, porque ela não consegue pagar,
Ver. Toni! Estão, no escuro, vendendo os produtos deles.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia, todo comércio,
toda empresa, toda pequena empresa tem um tempo de adequação, de fazer
clientes; os shoppings mesmo não podem sair imediatamente faturando;
todo mundo passa por dificuldades financeiras. E podem ter certeza absoluta de
que o Camelódromo vai dar certo; vai dar certo, mas precisa se adequar.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Brasinha, eu espero que sim, e acho que teremos de tomar medidas importantes
para isso, mas não dá para pensar que um tipo de atividade social que precisa
ser subsidiada possa pagar milhões num primeiro momento, num primeiro ano ou em
alguns anos. Então, eu encerro dizendo que é um conjunto de intenções, e nós
vamos votar a favor, mas que nós precisamos de um Governo que fique mais atento
e que seja, de fato, mediador entre os empreendimentos e as contrapartidas
sociais. Assim, acho que será viável a ciclovia. Queremos uma orla aberta à
população, com ciclovia de cabo a rabo, e, para isso, é preciso haver um
posicionamento mais sério e forte do Governo. Não pode ser essa liberalidade
com o empreendimento e com a especulação imobiliária.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver.
Adeli Sell, presidindo esta Sessão, os nossos cumprimentos, Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores; evidentemente que nós vamos votar favoravelmente. Eu quero
dizer ao Ver. João Antonio Dib que também, como registrou o Ver. Reginaldo
Pujol, admiro muito essa colocação que V. Exª faz, mas eu, Vereador, também
quero dizer que V. Exª tem razão.
Mas,
se nós considerarmos o que temos hoje e as dificuldades que certamente os
técnicos enfrentarão para implantar a ciclovia em Porto Alegre, parece-me que
seria complexo fazer um outro projeto. Eu acho que haverá, sim, a necessidade
de discussões várias com os setores da sociedade, para se chegar àquilo que
melhor vai atender a população de Porto Alegre.
Eu
gostaria de dizer também, e eu vi, há pouco, técnicos da EPTC aqui presentes, o
Subsecretário Michel e o assessor Pitol, que eu espero que esteja voltando à
EPTC. Pitol, o seu trabalho foi um trabalho exemplar na EPTC e, pelo menos,
este Vereador sentiu a sua ausência. Parece-me que o seu retorno vai-nos
ajudar, e muito, na defesa de outro Projeto que proíbe os procedimentos dos
azulzinhos de andar escondidos na Cidade, aplicando multas. Nós queremos que
apliquem multas, mas sem ficarem escondidos. Eu quero, então, cumprimentar a
EPTC pelo Projeto.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino, eu quero dizer a V.
Exª que eles não vão fazer projetos de ciclovias. Eu quero dizer a V. Exª que
agora está sendo feita uma alteração na frente da Santa Casa, naquelas casas
antigas, que tiraram um metro da Av. Independência. Então tiveram que modificar
todo o fluxo de trânsito na área. Imagine V. Exª, dizem que vai ter uma
ciclovia ao longo de toda a via na Av. Independência, e depois mandar um Plano
Cicloviário, se nós não temos o Viário? O que vamos fazer com os automóveis que
estão aí? Vamos trocar por bicicletas?
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu volto a
registrar que concordo com V. Exª. Só que, neste momento, nós votarmos contra -
na verdade, nós não temos nada -, será pior ainda.
Encerro meu discurso, sem não antes, Ver. Adeli
Sell, fazer um registro, porque nós só estamos discutindo, Ver. João Dib, este
assunto, com certeza, porque a população fez essa discussão e o Executivo
mandou este Projeto para cá. E essa população é representada por pessoas. E
aqui faço o registro de dois cidadãos que muito contribuíram para esse
trabalho: o Mauro Gotler, que foi um grande Presidente da Corag, e o
"Lagartixa". Falar em ciclismo em Porto Alegre, não dá para esquecer
o "Lagartixa". Então nossos cumprimentos pela dedicação de vocês ao
longo desses anos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores; há alguns argumentos que são trazidos aqui pelos Vereadores
da oposição que eu sou obrigado a aceitar, porque eles são partilhados,
inclusive, por algumas lideranças que pertencem a Partidos ligados ao Prefeito
Municipal, como é o caso do próprio Ver. João Dib. No meu entendimento, nós
deveríamos ter primeiramente aqui, dentro do Plano Diretor, a discussão do
Plano Viário. E depois de discutirmos o Plano Viário, que é um plano de
mobilidade, nós discutirmos as ciclovias. Eu acho que isso deveria ser a
lógica, até porque nós temos que fazer com que haja aqui uma integração com o
metrô, com as linhas de ônibus. Eu acho que está faltando, Ver. Todeschini, um
estudo, que vai ser muito importante, mas vai refletir lá na frente. Quando se
colocam ciclovias, e eu ouvi, se não me engano, a Verª Sofia Cavedon dizendo
que nós vamos ter os estudantes pegando as suas bicicletas e indo pelas
ciclovias para as universidades. Ora, no futuro, isso vai se constituir em
verdade. É claro, Ver. João Dib, que os estudantes vão, com as suas bicicletas,
para as universidades; os estudantes de Ensino Médio vão para as suas escolas
de bicicleta. Isso vai, Ver. João Dib, tirar passageiros dos ônibus, com toda a
certeza. Se nós tiramos passageiros dos ônibus, e nós sabemos que a tarifa do
ônibus depende do número de passageiros por quilômetro rodado, o chamado IPK -
eu gostaria de ter visto aqui, Ver. Ferronato, coisa que eu não vi -, no que
poderá afetar a tarifa do transporte coletivo. Na integração com o metrô, eu
gostaria, antes de nós implantarmos a ciclovia, de ter votado aqui a implantação
da reserva das áreas por onde passará o metrô. Até agora existe apenas uma
discussão mais empírica do que, na verdade, alguma coisa que pudesse ser
realmente determinante. Eu, inclusive, conversava com o pessoal da Trensurb na
semana passada, e ainda se tem a ideia de que, com toda a certeza, vai passar
pelo Internacional (estádio Beira-rio). Mas “essa toda certeza” é falada sem
muita certeza. Então ninguém tem certeza ainda de toda a rota em que vamos ter
o metrô, mas aqui estão todas as ciclovias e as ruas que estarão servindo, na
verdade, para as ciclovias.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, as
bicicletas andarão no trânsito como as motocicletas?
O
SR. LUIZ BRAZ: As
motocicletas não vão ocupar, é claro, o espaço das ciclovias, que são
exclusivas, de acordo com a descrição que a gente vê no Projeto, das
bicicletas. Agora, se aprovarmos a Emenda do Ver. Adeli Sell, aí, sim, Ver.
João Dib, a sua pergunta vai ter realmente todo o fundamento, não vamos deixar
as bicicletas somente nas ciclovias, vamos deixar as bicicletas, se quiserem
também, fora das ciclovias, e isso eu acho, Ver. Adeli Sell, pode ser perigoso.
Sei que V. Exª faz uma fundamentação dizendo que, claro, são para os
profissionais, aqueles que vão fazer o treinamento e que não ficariam
utilizando somente as ciclovias. Mas imagine V. Exª que as pessoas não
precisarão ficar restritas apenas às ciclovias. O pensamento de V. Exª é
absolutamente correto, mas acho que só a exclusão daquele parágrafo do art. 31
não consuma aquilo que é realmente o pensamento de V. Exª, que está correto,
mas se torna perigoso no momento em que nós não deixarmos os ciclistas apenas
nas ciclovias.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
tempo está esgotado.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Adeli, só para que o Ver. Brasinha possa contribuir com o meu pensamento...
O
Sr. Alceu Brasinha: Cada
vez que vou falar o senhor está me cortando, Vereador. Qual é a sua? (Pausa.)
Muito obrigado, Ver. Adeli Sell.
Ver.
Luiz Braz, acho que moto com bicicleta ou ciclovia com moto não tem nada a ver;
imagina o senhor uma moto andando na ciclovia, se torna perigoso.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas o que o Ver. João Antonio
Dib diz é que, se as bicicletas saírem da ciclovia, elas vão continuar no meio
das pistas, onde terão motos, é claro que as motos não vão poder penetrar nas
ciclovias, mas as bicicletas vão poder sair das ciclovias e andar nas pistas
normais.
Eu gostaria que o meu colega, meu amigo Mario
Manfro, se puder, se inscrevesse e cedesse o seu tempo a este Vereador para que
eu possa continuar dando os apartes necessários.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Peço licença
aos Vereadores Dr. Thiago, Ervino Besson e Mauro Pinheiro para que o Vereador
continue na tribuna por mais cinco minutos, por cedência de tempo do Ver. Mario
Manfro. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº
010/08, por cedência de tempo do Ver. Mario Manfro.
O SR. LUIZ BRAZ: Agradeço aos Vereadores já inscritos
e ao Ver. Mario Manfro que se inscreveu e cedeu seu tempo a este Vereador.
O Sr. João Antonio Dib V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, quando eu
fiz minha pergunta, é porque não tem ciclovia e não vai ter ciclovia tão cedo.
Se não temos Plano Viário, não tem cicloviário. Essa que é a dúvida. E eu até
vou aproveitar este aparte para dizer que mudei de ideia: eu disse que não
votaria no Projeto; vou votar, sim, vou votar não!
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, eu testei, por
exemplo, na Zona Sul da Cidade, na Rua Otto Niemayer, o pessoal que mora lá
quer transformar aquela região num binário. Essa é uma discussão muito viva
naquela região da Cidade, Ver. Beto Moesch. Se nós não definirmos exatamente
nessas regiões os binários que ainda estão por serem definidos, nós vamos ter
problemas mais tarde na implantação das ciclovias. Acredito eu, Ver. Beto
Moesch.
O Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz e Ver. João Antonio Dib,
nós não temos Plano Viário, mas temos vias para automóveis. E por que não
podemos ter vias para bicicletas? Essa é a questão importante.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, permita-me mais
uma vez, pois me equivoquei, o senhor falou que a motocicleta não pode ir na
ciclovia. Ver. Dib, eu penso comigo, se o Projeto está aqui para ser votado, é
porque a Prefeitura tem total condição de implantar o Projeto. E eu acho que o
Ver. Dib não pode jamais dizer que a Prefeitura não vai ter condições de
implantar este Projeto.
O SR. LUIZ BRAZ: O Ver. João Dib vai responder a
V. Exª Ver. Dib, por favor.
O Sr. João Antonio Dib: Nobre Ver.
Luiz Braz, eu lamento estar interrompendo V. Exª, mas eu não tenho dúvidas de
que nós temos vias para automóveis, eu só estou perguntando se as vias que nós
temos são suficientes para os automóveis que nós temos, já que temos
congestionamentos, às vezes,
de meia à uma hora para andar num trecho curto. É nesse sistema que eu vou
colocar as bicicletas?! Aí é que vou matar as pessoas?! A moto vai
ziguezagueando, as bicicletas vão fazer a mesma coisa?
O
SR. LUIZ BRAZ: Dentro do
sistema viário, do sistema de mobilidade todo, nós deveríamos inserir as
ciclovias. Mas, do jeito que elas estão entrando aqui, muito embora tenha este
Plano Diretor das ciclovias - Plano Cicloviário Integrado de Porto Alegre -, o
que eu vejo aqui é mais uma descrição das rotas que nós temos aqui na Cidade,
das perimetrais, das vias secundárias, das vias primárias; eu vejo mais esta
descrição do que, na verdade, um Plano. Então, eu não tenho aqui, na verdade,
um sistema que possa fazer toda essa integração.
O
Sr. Mauro Zacher: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só para esclarecer algumas
dúvidas. V. Exª sabe que, antes, nós iríamos votar esta matéria há 30 dias, e
eu mesmo solicitei um seminário para tirarmos essas várias dúvidas que ficaram
entre nós. É importante ressaltar - e o Secretário Senna nos explicou - que,
hoje, esse estudo de 495 quilômetros detectou que em 130 seria possível de se
realizar agora. Então, há ruas onde a gente não enxerga o espaço adequado.
Claro, esse é um Plano para ser estabelecer até 2022. Ainda terá que haver
várias obras para que se implementem as ciclovias. Então, o seminário foi muito
bom para isso, porque nós tiramos as dúvidas que tínhamos em relação a algumas
ruas.
O
SR. LUIZ BRAZ: Com todas
as dúvidas que eu tenho, existe uma notícia, Ver. João Dib...
O
SR. LUIZ BRAZ: Eu apenas
quero declarar que, muito embora haja muitas dúvidas, meu querido amigo Valter
Nagelstein, Líder do Governo - e as dúvidas são muitas, realmente -, mas como
eu tenho a notícia de que existe um grande especialista, que já implantou
ciclovias no mundo inteiro, que está orientando a implantação das ciclovias
aqui em Porto Alegre, eu não quero ser aquela pessoa que vai causar problemas
para viabilizar este Projeto. Eu vou votar a favor, mas, com toda a certeza, as
minhas dúvidas persistem e eu vou acompanhar de perto a implantação de cada uma
dessas ciclovias.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos
que hoje, 27 de maio, às 18h, o Ver. Beto Moesch estará representando esta Casa
na Exposição Cacos da Mata.
Apregoamos
que, no dia 28 de maio, das 14h às 17h, o Ver. Beto Moesch estará representando
esta Casa no Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba.
Apregoamos
que, no dia 28 de maio, a Verª Maria Celeste estará representando esta Casa na
homenagem ao Sistema Único de Assistência Social - SUAS, que se realizará às
14h, no Plenário da Assembleia Legislativa.
Apregoamos
que, no dia 29 de maio, o Ver. João Pancinha estará representando esta Casa na
48º Conferência Distrital do Rotary Internacional - Distrito 4680, que se
realizará no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
Apregoamos
que, no dia 28 de maio, o Ver. Adeli Sell estará representando esta Casa na
cerimônia de abertura do 8º Encontro Regional dos Corretores de Seguros do
Estado do Rio Grande do Sul, que se realizará às 19h, no Centro de Eventos São
José do Hotel Plaza São Rafael.
Apregoamos
que, nos dias 28 e 29 de maio, o Ver. Adeli Sell estará representando esta Casa
na I Conferência Nacional de Segurança Pública, etapa Porto Alegre, que se
realizará no Colégio Sévigné e aqui neste Plenário.
O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
Mas trago também aqui uma
preocupação, a preocupação de médico-legista, no que se refere aos acidentes,
principalmente os que ocorrem quando se utilizam veículos de duas rodas, em
especial a moto e a bicicleta. Então, é importante que a gente tenha a
possibilidade de ter campanhas e ter um esclarecimento de toda a opinião
pública para tentar mudar uma cultura que se tem em Porto Alegre e no Rio
Grande do Sul, que é o cuidado com o indivíduo que utiliza moto e bicicleta,
não só por meio de campanhas informativas e educativas, mas também pela
obrigatoriedade de uso de pelo menos um dos equipamentos, que é o capacete.
Na
rotina do DML, a gente observa, todo fim de semana, que pelo menos um terço das
mortes ocorrem em função de acidentes de trânsito, e, via de regra, está
envolvido alguém que ou estava usando bicicleta ou estava usando motocicleta.
E, na grande maioria, eles são fatais, quando não se utiliza o capacete. Então,
é importante que se possa regulamentar esse assunto, que se possa cuidar disso,
porque o trauma cranioencefálico é a maior causa de morte nesse tipo de
situação.
Rapidamente,
eu queria nominar essas três situações: duas questões que envolvem o Projeto e
que são meritórias, e uma terceira, no sentido de que nós, ao longo da
discussão e da efetivação deste Projeto, devemos ter todo o cuidado, que é com
a segurança dos ciclistas que utilizam a bicicleta. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
(O Ver. Toni Proença assume a presidência.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16
da TVCâmara; eu queria saudar todos. Quero fazer uma saudação muito especial ao
Sr. Cláudio Correa, que é o Diretor de Formação da Força Sindical. Muitos
trabalhadores usam a bicicleta no seu trajeto para o trabalho, a fim de obter
uma economia maior. Aproveito a oportunidade para parabenizá-lo pelo grande
evento - estivemos lá -, há poucos dias, aqui no Anfiteatro Pôr-do-Sol, quando
se demonstrou a força sindical. Um abraço, Cláudio, e transmita à sua diretoria
os parabéns pelo grande evento, muito bem organizado. Acho que é um orgulho
aqui para o nosso Rio Grande, para a nossa Porto Alegre.
O
Projeto que institui o Plano Diretor Cicloviário no Município de Porto Alegre
foi amplamente discutido. As quatro Comissões - CEFOR, CUTHAB, CEDECONDH e
COSMAM - que discutiram com profundidade este Projeto, todas deram parecer
favorável.
Nós
temos diversos países de Primeiro Mundo que usam muito o sistema de transporte
com bicicleta, como os Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, França e tantos
outros. E, para o motorista que cometer uma infração de trânsito por não
respeitar o ciclista, Vereadores, a pena e a multa são pesadas, meu caro Ver.
Thiago. Vossa Excelência, como médico-legista, também apontou isso no seu
pronunciamento de hoje, o que também deve ser levado em consideração e com
muita seriedade.
Agora,
a lista das ruas, das avenidas que têm condições de ter implantado esse sistema
de ciclovias tem que ser amplamente estudada e discutida junto com a população
de Porto Alegre, porque não podemos colocar em risco os jovens que usam esse
sistema de transporte. A minha amiga, a querida Verª Sofia, colocou que esse
sistema deveria ser implantado em toda a Cidade, mas eu gostaria de dizer que
não concordo com essa parte, Vereadora, bem como quero dizer que a Câmara de
Vereadores não pode, em hipótese alguma, pontuar determinadas ruas que não têm
a menor condição para a implantação desse sistema. Nós que conhecemos essa
Cidade sabemos que há ruas que não têm condições de abrigar os nossos
ciclistas, os nossos jovens sem expô-los a um risco muito grande.
A
Verª Sofia também falou que a passagem dos estudantes é cara, nós concordamos
com isso, e nós, como Vereadores desta Cidade, também temos que rediscutir aqui
as isenções. Eu acho que está havendo isenções demais. Há pessoas que
necessitam, sim, do transporte gratuito, mas eu acho que nós temos que
rediscutir, porque, no fundo, no final disso, quem paga a tarifa do transporte
coletivo é o trabalhador. Cai no bolso do trabalhador, temos que rediscutir
isso aí. E eu tenho um Projeto aqui, acho que há dois ou três anos e acho que
nós temos que reabrir essa discussão, porque uma vez por mês tem ônibus
gratuito na cidade de Porto Alegre. Ele prestou um trabalho social? Prestou,
sem dúvida nenhuma, mas eu acho que nós temos que rediscutir, sim, porque há
muitos problemas. Nós temos dados, eu já trouxe esses dados aqui nesta tribuna,
mostrando que muitas famílias de trabalhadores, de pessoas que trabalham, que
são operários, não saem para passear com a sua família no dia do transporte
gratuito em Porto Alegre. Então, nós temos que rediscutir, sim, com a
comunidade, ouvir a comunidade. De repente, esse valor, esse recurso vamos
canalizar, barateando um pouco a passagem do transporte coletivo. Eu acho que
nós temos que fazer uma ampla discussão. Agora que estamos discutindo o Plano
Diretor é o momento para poder discutir com todos os segmentos da Cidade, esse
assunto tem que aflorar, tem que vir à tona, para que nós possamos, junto com a
comunidade, rediscutir esse assunto, para aprovar um Plano Diretor que vá ao
encontro daquilo que a população de Porto Alegre espera aqui da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08, por
cedência de tempo do Ver. Mauro Pinheiro.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
volto à tribuna para trazer alguns outros aspectos sobre o tema. O primeiro
deles é a minha grata surpresa de conhecer a entrega via bicicleta, os bikeboys.
Esse trabalho existe, é um trabalho que tem mais de dois mil chamados
recebidos. Não sei o período, mas acredito que começamos uma nova cultura de
valorização de um meio de transporte não poluente, e acredito que nós, com o
estímulo desta lei, vamos fortalecer esse tipo de atividade que, talvez, claro
que num circuito menor, mais curto, possa aliviar o drama dos nossos motobóis.
Então, parabéns, e contem conosco. Em segundo lugar, eu queria dizer que eu não
acho que a construção das ciclovias tenha que atingir todas as ruas, mas as
principais avenidas estruturantes da Cidade, para que possa fazer com que o
acesso de bicicleta atinja toda a Cidade, por óbvio que não em todas as ruas.
Mas isso, em minha opinião, depende da capacidade do Governo de construir
coletivamente com a comunidade.
Eu
não consigo entender como o Prefeito Fogaça continua vendendo e, aliás,
brigando com o Governo Federal, porque diz que há entraves para os Portais da
Cidade, por exemplo. Os Portais, como foram apresentados para nós, na Câmara de
Vereadores, são pequenos shoppings em cima de minirrodoviárias. Ora, a
Cidade se levantou, porque a Cidade quer qualidade de vida. A Azenha não
concorda, porque quer manter o comércio de rua, não concorda com um minishopping
na porta da Azenha. Os pequenos empresários, Ver. Mauro, a quem agradeço pela
cedência de tempo, sabem que qualidade de vida nos bairros depende dessa
atividade mista, pequena, do pequeno empreendedor misturada com a moradia, e aí
vem a viabilidade do deslocamento via bicicleta, são todas medidas
humanizadoras.
Os
Portais da Cidade impactam negativamente a Azenha, impactam negativamente a
Cidade Baixa, que é uma cidade-bairro, um bairro boêmio, um bairro cultural.
Ora, uma minirrodoviária no Largo Zumbi dos Palmares - antigo Largo da Epatur!
Assim na Rua Cel. Fernando Machado, onde temos, perto dali, vários monumentos,
vários patrimônios públicos a preservar, a rua dos antiquários, toda a nossa
Cidade Histórica. Ora, em cima da Rua Cel. Fernando Machado, um minishopping
e, embaixo, uma minirrodoviária! Esses são os Portais apresentados para
nós, para a Câmara. E o Prefeito diz, no rádio, nos jornais, que ele ganhou 500
mil dólares para desenvolver o projeto que ninguém conhece! O que a Câmara de
Vereadores conhece é outro! Se for este, é rejeitado pela Cidade, esta Câmara
lotou de gente contra os Portais. E o Prefeito está brabo com o Governo
Federal, que não aprova o financiamento para botar na rua a licitação desses
tais de Portais.
Então,
Ver. Mauro, como este Governo vai fazer uma ciclovia, se ele se nega a escutar
a população? Em minha opinião, tem que construir as alternativas com quem é
usuário, com quem é morador, com quem tem a necessidade, essa é uma questão.
Aí, quando o Governo quer ser democrático, como sobre o Estaleiro, vai fazer
uma consulta popular. Só que o Governo tem opinião, entrou com um Projeto de
Lei, é favorável à habitação. A comissão eleitoral é o Governo que coordena,
ele é parte implicada, ele não pode ser comissão eleitoral de uma consulta
popular sobre o que ele tem opinião!
O
Sr. Mauro Zacher: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu só quero relembrar que esta
Casa fez o seu dever: fez uma Audiência Pública, o Projeto transitou em todas
as Comissões, foi aprovado por unanimidade. E ainda realizamos um Seminário,
para tirar todas as dúvidas com os Vereadores desta Casa. Esse Seminário teve a
participação ampla de todos os movimentos que são interessados no assunto.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Eu
sei disso e quero afirmar que esta Casa tem suprido a falta de debate em vários
temas, debate que o Governo não faz. O que eu alerto aqui é que vários
empreendimentos e políticas vêm sendo levados sem a participação popular. No
Estaleiro, a comissão eleitoral é suspeita: o Governo tem posição favorável e
ele tem cinco Secretarias; o Conselho Municipal do Meio Ambiente não está – o
Ver. Beto me informou, e eu li nos jornais -, o Fórum de Entidades não está,
Ver. Brasinha, tem cinco Secretarias, e o Governo tem opinião, é favorável à
habitação. Então, se quem tem que fazer a consulta é comissão eleitoral, tem
que ser, no mínimo, paritária a sua composição. E eu não vi isso.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte?
A
SRA. SOFIA CAVEDON: O
tempo já se foi, mais uma vez o senhor está fora do tempo, não é um bom
jogador!
O
Sr. Alceu Brasinha: Vereadora,
a senhora falou que o Estaleiro é suspeito. Como assim? De onde a senhora tirou
que é suspeito? A senhora vem... Ah! O que é isso?
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Brasinha, me escute com atenção. A comissão eleitoral da consulta popular está
suspeita, porque é formada pelo Governo, presidida pelo Secretário Fortunati,
que tem uma opinião favorável à habitação.
Encerro
dizendo o seguinte: nós queremos a verdadeira participação e democracia, não o
discurso de democracia. Os municipários, ontem, distribuindo o panfleto
da sua assembleia geral, que está acontecendo agora, foram reprimidos e
apanharam da Guarda Municipal no DMAE. Essa é a democracia do Prefeito Fogaça!
Então, a Câmara tem que continuar suprindo a falta de diálogo, mas é difícil!
Para os Portais, a sociedade veio aqui e disse “não”, e ele continua vendendo
para o Exterior os Portais da Cidade. Como é que nós vamos reagir? Nós somos
Parlamento, nós temos que fazer com que o Prefeito escute a Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, solicitando a retirada de
tramitação da Emenda nº 02 ao PLCE nº 010/08.
Apregoo Emenda nº 06, de autoria dos Vereadores Adeli Sell e Mauro Pinheiro, ao PLCE nº 010/08. (Lê.) “O parágrafo único do artigo nº 31 do PLCE nº 010/08 passa a vigorar conforme segue: Art. 31 – Parágrafo Único: Não será permitido tráfego de bicicletas fora das ciclovias ou ciclofaixas nas vias que dispuserem desses equipamentos, com exceção dos ciclistas amadores.”
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita
dispensa do envio da Emenda nº 06 ao PLCE nº 010/08 à apreciação das Comissões.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLCE nº 010/08.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
venho a esta tribuna porque realmente acredito na ciclovia. Eu acredito que vai
funcionar, vai dar certo - Ver. Mauro Zacher, que tanto defende a ciclovia. E
mais ainda, eu acho que ciclovia pode ter em toda a Cidade, em todos os bairros
da Cidade, Ver. Oliboni.
Mas a Ver. Sofia é contra, sempre. A tudo que
acontece nesta Câmara, Ver. Mauro Zacher, ela nunca é favorável; ela sempre tem
que botar alguma coisa contra. O que acontece com a Vereadora?!
Ver.
Valter Nagelstein, há poucos minutos, o senhor me comentou que o programa
Guerrilheiros da Notícia é contra o meu Projeto sobre os bares. Mas quero dizer
aos componentes desse programa que, primeiramente, eles têm que tirar mais
informações da juventude na Cidade, informar-se melhor antes de falar.
Vereadora Sofia, desculpe-me ter saído do Projeto da ciclovia.
Quero
dizer que, realmente, acredito na ciclovia, e acredito muito. Porque aqui, no
Interior do Estado, temos cidades pequenas, como Sapiranga, onde há ciclovia
com muita gente andando de bicicleta. Em Taquara, também.
Por
que a senhora sempre tem que botar alguma coisa contra, Verª Sofia? A senhora
nunca concorda com nada, Vereadora. A senhora tem que misturar o Projeto Pontal
do Estaleiro para diversificar? Isso não pode acontecer, Vereadora, a gente não
pode mudar o assunto, temos que nos ater ao assunto.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª mesmo saiu do assunto,
Ver. Brasinha!
O
SR. ALCEU BRASINHA: Eu
saí, porque a senhora também saiu do assunto!
A Srª Sofia Cavedon: Mas V. Exª não deve seguir os maus exemplos.
O
SR. ALCEU BRASINHA: V.
Exª tem mais tempo de Casa que eu.
A Srª
Sofia Cavedon: Eu fiz a brincadeira, porque V. Exª se justificou com a
minha fala. Na verdade, eu acho que o Vereador tem a liberdade de fazer as
relações que precisar para desenvolver um pensamento. O que me incomoda, às
vezes, mas, por lado, eu considero um elogio, é que V. Exª sobe à tribuna para
dizer que eu sou, sempre, contra. Mas eu acho, Ver. Brasinha, que quando temos
tantos direitos desrespeitados, temos que ser do contra. Este País está
precisando de mais gente do contra, mais gente que conteste; a população anda
muito indignada. Colocar-se a favor de as pessoas serem desrespeitadas, não
serem ouvidas, não é bom para a democracia.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Verª
Sofia, será que V. Exª respeita tudo também?
O
Sr. Valter Nagelstein: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu lhe agradeço pelo aparte.
Quero dizer que este País não precisa de gente do contra; este País precisa de
brasileiros, patriotas que trabalhem, que edifiquem, que pensem para frente,
que empreendam e sejam positivos. Portanto, por haver pessoas do contra e com
falta de consenso é que o nosso País está do jeito que está. Muito obrigado.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Obrigado
pela colaboração, Ver. Valter Nagelstein.
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ALCEU BRASINHA: Não
lhe vou conceder mais um aparte, porque está terminando o meu tempo; já lhe dei
uma vez e chega!
Verª
Sofia, tudo que acontece em Porto Alegre é culpa do Fogaça. Será que a senhora
não vê que o Fogaça está fazendo uma boa Administração, e chega este Projeto do
Executivo, um Projeto bom para a Cidade, em que todos os ciclistas - o
profissional; o amador; o que vai ao trabalho, querem a ciclovia! E aí nós
vamos botar obstáculo?
Ver.
Dib, V. Exª mesmo disse a este Vereador que ciclovia não pode haver na Av.
Ipiranga. Eu acho que é a rua mais fácil de implantar; V. Exª acha que não! Tem
como colocar até aéreo, se quiser, por cima do riacho. V. Exª tem que ver que
os novos tempos avançam, a modernidade avança, a tecnologia avança. Não podemos
pensar como 20 anos atrás, quando V. Exª foi Prefeito de Porto Alegre; nós
temos que avançar, e Porto Alegre precisa avançar para cada vez crescer mais, e
a ciclovia vem aí e certamente dará certo.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero
registrar as presenças do Diretor, Fernando Michel, e do querido Celso Pitol,
da EPTC, que nos honram com suas presenças.
Encerrada
a discussão. Em votação o PLCE nº 010/08. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/08.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores
e minhas senhoras, a principal condição para que seja um bom político, ou um
bom administrador, é que seja coerente. Portanto, eu tenho um passado a ser
respeitado, e eu vou respeitar o meu passado.
Quero,
em primeiro lugar, dizer que não há necessidade de apresentar uma lei com um
Plano Cicloviário. A minha vida pública, realmente, iniciou-se na Secretaria
Municipal de Transporte, foi lá que eu tomei paixão pela vida pública. Eu fiz
um Plano de Transporte para a Cidade - é o único Plano de Transporte Público
para Cidade que foi feito até hoje -, e até hoje ele funciona. Eu não
encaminhei projeto à Câmara Municipal, porque não havia necessidade, era uma
obrigação, era um dever da Secretaria. Eu fiz, na segunda vez, dei continuidade
aos estudos que vinham sendo feitos pelo Secretário Jarbas Haag sobre os
corredores de transporte; não vieram para a Câmara. Passei para Secretaria de
Obras, executei os corredores de ônibus; o projeto também não veio para a
Câmara, portanto, não havia necessidade.
Agora,
eu acho que é um desrespeito à Câmara votar um Projeto que é desnecessário e
que não tem a documentação acompanhando o Projeto. Aqui está o Relatório Final,
de setembro de 2008, em que os doutos dizem: “Essas infraestruturas serão
apresentadas detalhadamente nos Projetos executivos”. Não tem Projeto! Eu sou
um Engenheiro, eu fui Secretário de Transportes por duas vezes, como eu posso
dizer para a população de Porto Alegre: “Olha, já existe um plano cicloviário”.
O
Ver. Brasinha pensa que dá para fazer a ciclovia na Av. Ipiranga; ele que
percorra a Av. Ipiranga, olhe os postes de alta tensão, olhe as proteções dos
postes, olhe as árvores, e saiba que não dá, a não ser que faça uma plataforma
de concreto - aí vai passar a plataforma de concreto. Vai fazer uma ciclovia na
Av. Independência, é só porque ele pensa que vai fazer. Se, aqui mesmo, os
técnicos - que eram paulistas -, disseram que a aclividade e declividade foram
respeitadas. No caso da Independência, é aclividade, porque é sentido
centro/bairro. Onde é que está? Como é que vamos fazer?
Um
metro em que foi fechada a Av. Independência, entre a Santa Casa e a Rua
Sarmento Leite, tiveram que modificar todo o fluxo de veículos.
Eu
quero que as pessoas de Porto Alegre possam andar de bicicleta, mas a minha
formação exige que eu peça um Plano Viário. E não estou pedindo agora; há mais
de 10 anos, antes do Plano de 99, eu já estava pedindo o Plano Viário. E, aqui,
está escrito no Plano Diretor - “Plano Cicloviário incluído no Plano Viário” -,
é uma parte do Plano Viário.
Mas
o que temos feito de ruas e avenidas? Fizemos o Viaduto Leonel Brizola;
alargamos a Dona Teodora; melhoramos algumas coisas - não estou dizendo que não
foi feito. Mas alguém fez como Thompson Flores, como Villela, obras nesta
Cidade? Não! Então, nós precisamos de obras. Os veículos estão aí, eles não vão
ficar em casa, porque vão sair de bicicleta.
Aqui
diz que tem de ter bicicletário. Onde é que vai ser o bicicletário? Ninguém
falou.
E, depois, falam de ir para a Holanda. Não precisa!
Vão a Campo Bom, aqui, 50 quilômetros de Porto Alegre. É só ir até ali e verão
avenidas bem traçadas, ciclovia perfeita, tudo separado, e todo o mundo
andando. E os operários da fábrica vão de automóvel, mas a Ciclovia está ali,
livre e desimpedida. Se nós vamos fazer ciclovia assim, parabéns ao Dr. Senna.
E, já que me obrigam a falar do jeito que estou
falando, eu também vou colocar as minhas dúvidas a respeito dos Portais da
Cidade. Depois eu vou explicar os Portais da Cidade, porque, também, são
inviáveis. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE n°
010/08.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, vamos votar a favor,
até porque, Verª Fernanda, nós podemos, a partir da proposição do Executivo,
cobrar. Esse é o papel do Vereador. Trezentos quilômetros, 400 quilômetros, não
vamos pedir isso de cara, mas vamos solicitar nas vias que têm mais
possibilidades, em primeiro lugar, de grande fluxo. Quanto à questão da Av.
Independência, Ver. João Dib, como em outras ruas, há dificuldades, mas nós
precisamos de obras, coisa que, por exemplo, a EPTC não faz. Ou melhor, a EPTC
não pensa, logo não pode fazer. Esse é o problema. Mas agora que pensou um
pouco - e Ver. João Dib, não vamos aqui atacar de xenofobia, só porque o
sujeito é de fora não pode planejar. Não! Não tem nada a ver! As pessoas são
doutas no assunto sendo de Porto Alegre ou fora de Porto Alegre, não vamos
também entrar nessa onda!
Eu
acho que, por exemplo, há muitos equívocos, ao invés de pensar em como fazer o
trânsito de Porto Alegre fluir, não ter essas barbaridades... É claro que não
vai ter bicicleta que vai conseguir andar pelo Viaduto Obirici, se continuar a
tranqueira que continua hoje. Agora nós estamos vendo os corredores vazios.
Onde? Em vários lugares. Na Av. Baltazar, porque não terminaram; na Av.
Sertório, porque não querem fazer funcionar; o Terminal Triângulo não querem
fazer funcionar. É claro que vai ter engarrafamento! Tem o equipamento, mas não
querem fazer funcionar! Mas querem fazer Portais! Eu sou contra os Portais,
sempre fui e vou militar contra, vou militar! Estou dizendo para a EPTC que
está aqui presente. É um equivoco técnico, é um equívoco da modernidade, é um
equivoco do primeiro ao quinto, e vou continuar dizendo que está errado. E não
sou eu apenas que digo que está errado, o Engenheiro Dib também acha a mesma
coisa, e o “João das Couves”, que pega o ônibus às 6 da manhã, lá no Ruben
Berta, acha a mesma coisa. É botar dinheiro fora, dinheiro público fora!
Agora
eu fiz alguns desafios aqui, por exemplo, no meu encaminhamento, mostrei os
equívocos do Ver. Beto Moesch, e ele não conseguiu rebater. Não conseguiu!
Portanto, esse é um debate, e está registrado, está registrado que quem cala
consente, porque ele teria tempo para rebater e não rebateu.
Nós
vamos aprovar, inclusive, repondo algumas questões. Aquela última Emenda que
foi anunciada, eu retirei a número 2, porque nós temos que repor o Código de
Trânsito de Porto Alegre. É bom que nós tenhamos ciclovias, agora o seguinte:
não está proibido a pessoa andar na pista, desde que seja uma pessoa que tenha
capacitação para tal, não é para sair com a criança, andar para lazer, etc.e
tal. O Código de Trânsito Brasileiro é claro; e nós, como Lei Municipal, não
podemos nos contrapor ao Código de Trânsito Brasileiro. Por isso eu fiz aquela
vírgula, colocando a exceção para o ciclista amador que, na linguagem do
segmento, é toda a pessoa que tem capacitação adequada para fazer aquela
função, ou alguém que é um entregador, etc. tal, que pode fazer aquela função
porque está garantido pelo Código de Trânsito Brasileiro. Caso contrário, se
não for aprovada esta Emenda, evidentemente, que alguém entra na Justiça e
ganha. Eu espero que a gente não judicialize as coisas que a gente não precisa
judicializar; que a gente faça a lei que é possível fazer, como nós estamos
fazendo aqui. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
010/08.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente,
Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; Ver. Antonio
Dib, com todo o respeito que eu tenho pelo senhor, com toda aquela excelência
que o senhor tem de entender muito de Porto Alegre, mas quero desacreditar que
o senhor está por fora da Cidade. Pode ter certeza, Ver. Dib, se o Secretário,
o Professor Senna, apresentou este Projeto e mostra que tem condições de fazer
na Av. Ipiranga, na Independência, na Rua 24 de Outubro, e o senhor duvida da
competência desse cidadão que está há mais de quatro anos na frente da EPTC?
Quero dizer para o senhor, Ver. Antonio Dib, as coisas mudaram, Vereador, a
tecnologia chegou e avança cada vez mais, e o senhor quer ficar pendurado num
fio desencapado de luz, lá, louco para arrebentar, Ver. Dib? Duvidando da
competência de um Secretário que está trabalhando pela Cidade, Vereador! Eu
tenho certeza, Ver. Dib, que o Secretário Senna apresenta um projeto, porque
ele tem certeza e tenho confiança nele; e mais ainda, se ele não tivesse a
responsabilidade que tem pela Cidade de Porto Alegre... Ver. Adeli Sell, quero
dizer para V. Exª que não devo nada para eles, mas eu tenho obrigação de
defender quando um Projeto é bom para a Cidade. O senhor pode estar duvidando de
mim, Ver. Dib, claro, o senhor está rindo, está simplesmente achando que estou
até passando da minha verdade, mas quero dizer para o senhor que tenho certeza
absoluta que a gente deve confiar nas pessoas, nos seres humanos. Mas não
podemos voltar lá atrás, Ver. Dib, há 30 anos, quando o senhor duplicou a Av.
Baltazar de Oliveira Garcia; quem sabe, hoje, pode ter uma ciclovia na Av.
Baltazar. Tenho certeza absoluta, sou uma das pessoas que mais gostam do
senhor, gosto muito, mas quero dizer para o senhor que não fecho com essa sua
ideia. Eu quero ficar do lado positivo, daquela pessoa que quer avanço para
Porto Alegre, porque nós precisamos tanto de meios de transporte, tantas
pessoas necessitando andar de bicicleta, e nós não temos uma ciclovia em Porto
Alegre! Aí, o senhor duvida que na Av. Ipiranga não tenha condições de ter.
Apresente-me esse seu projeto de que na Av. Ipiranga não há condições! Como
assim, Ver. Dib? Eu acho que a Av. Ipiranga é a avenida mais fácil de se
apresentar um projeto de ciclovia.
Quero dar total razão ao Ver. Mauro Zacher que
tanto defendeu este Projeto aqui, que tanto debateu - houve Audiência Pública
com todo mundo -, e o senhor, simplesmente, está ficando contra um Projeto que
é bom para Porto Alegre. Nós, Ver. Dib, que queremos avançar, que queremos
sediar uma Copa do Mundo, não temos nem ciclovia aqui, Vereador! Como o senhor
é contra, Vereador? O senhor é uma pessoa que foi Prefeito desta Cidade, foi
Secretário desta Cidade, e o senhor é contra, não dá para entender, Ver. Dib!
Pode ter certeza absoluta, Ver. Dib, mude seus conceitos. Vamos avançar, vamos,
Porto Alegre!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Zacher está
com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/08.
O SR. MAURO
ZACHER: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; volto a esta tribuna para encaminhar a nossa posição de
Bancada, que já é conhecida
de todos. Iremos encaminhar a favor do Plano Diretor Cicloviário baseados nos
argumentos, na discussão ampla que se fez nesta Casa, em Audiência Pública;
tramitou em todas as Comissões, aprovado por todas elas, este Projeto já está
aqui há mais de anos tramitando. E tivemos ainda, a meu pedido, do Ver. Beto
Moesch, entendimento da Mesa Diretora, dos Líderes da Casa, a possibilidade de
fazer um seminário, justamente para que nós tivéssemos a certeza de que nós
estaríamos votando e, também, com a certeza de que estaríamos entregando a
possibilidade à Cidade e ao compromisso do Executivo a implementação das
ciclovias em Porto Alegre. Eu quero ressaltar que o Executivo Municipal já
anunciou algumas áreas, como lá na Sertório, na Ipiranga, na Restinga.
Falou
muito bem aqui o meu colega, Ver. Dr. Thiago, que aquelas regiões periféricas
serão as primeiras a serem privilegiadas com as ciclovias, justamente, porque
lá está concentrado aquele grande número de trabalhadores que usam da bicicleta
para se locomoverem diariamente.
O
Ver. Beto Moesch me fez uma colocação, agora, antes de subir à tribuna, para
reafirmar, por parte dele, do meu amigo “Lagartixa”, que o transporte mais
rápido, até 6 Km, é a ciclovia. Há aqui, por parte do Plenário, uma confirmação
do Ver. Beto Moesch que me pediu que eu fizesse um segundo estudo científico,
não apenas um “achismo”. E eu o farei.
Eu
trago, também aqui, à tribuna, o Ver. Tarciso, um defensor do esporte, da
bicicleta, que trouxe uma matéria do jornal O Sul, de hoje, colocando a guerra
de Nova Iorque contra o carro. Claro que Nova Iorque amplia as suas estações de
metrô, mas também faz grandes investimentos nas ciclovias.
Eu
quero finalizar colocando, mais uma vez, o nosso encaminhamento, a nossa
posição favorável às ciclovias, e, principalmente, acho que nós estamos dando
aqui um grande passo para que possamos investir neste modelo de transporte sem
esquecer dos outros.
A
quem nos acompanha pela TVCâmara e aqui pelas galerias, quero dizer que todos
os outros projetos que dizem respeito à mobilidade nós trataremos como
prioridade, como estamos fazendo na revisão do Plano Diretor. O metrô tem que
ser discutido; os Portais são uma bela alternativa e também o Plano Diretor
Cicloviário, como nós estamos debatendo hoje aqui.
Então,
este é um assunto de prioridade para esta Casa, é um assunto de urgência para a
Cidade, e nós queremos dar a ele um tratamento especial, porque sabemos da
necessidade de investimentos pesados na área da mobilidade urbana na nossa
Cidade.
Eu
finalizo desta maneira, ou seja, a Cidade está tendo um grande avanço, mas
estamos devolvendo ao Executivo a responsabilidade de dar à Cidade, em curto
prazo - é evidente que 495 quilômetros ainda é um sonho, mas nós sabemos que é
um Projeto de 15 anos -, a garantia e a segurança para aqueles que já usam, em
algumas regiões, como é o caso da Restinga, como é o caso da Zona Norte, as
ciclofaixas. A Bancada do PDT vota a favor do Projeto do Plano Diretor
Cicloviário. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 010/08.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores; eu disse, inicialmente, que, apesar das minhas dúvidas,
Ver. Pujol, eu vou votar favoravelmente ao Projeto, porque acho que ele é
realmente importante, muito embora nós não tenhamos aqui, por exemplo - e eu
gostaria que alguém pudesse me indicar -, a certeza de que nós vamos ter a
integração perfeita das ciclovias com os outros meios de transporte que nós
temos. Onde é que está, aqui no Projeto, essa garantia de que nós vamos ter,
rapidamente, essa integração? Sem essa integração, acho, Ver. Reginaldo Pujol,
que as ciclovias não terão tanto sucesso; não vou dizer que serão um fracasso,
mas não terão tanto sucesso como poderiam ter. Imaginem, eu falava com o Ver.
Beto Moesch, e o Ver. Beto Moesch me chamava atenção para isso, com a
integração, ao invés de termos menos pessoas nos ônibus, quem sabe teremos mais
pessoas nos ônibus? Porque nós vamos ter ciclovias integradas com os ônibus, e
aí vamos ter mais público, inclusive, para os ônibus; ao invés de roubar
público dos ônibus, vai se dar público para os ônibus. Infelizmente, não temos
a linha de metrô que queremos aqui em Porto Alegre, mas temos essa linha que
liga Porto Alegre a algumas regiões vizinhas. Então nós temos que ter realmente
essa integração - é necessário. E eu acredito que, se essa integração se tornar
factível, nós vamos ter, com toda a certeza, um grande sucesso.
Mas, meu querido Ver. Beto Moesch e Sr. Presidente,
eu chamo a atenção para a Emenda assinada pelo Ver. Beto Moesch, que tem que
merecer uma vírgula, para que ela possa, realmente, não ter dupla
interpretação, porque, se não houver uma vírgula depois da expressão “multas de
trânsito”, nós podemos ter uma interpretação ambígua com relação à Emenda e ao
desejo do Ver. Beto Moesch na sua Emenda nº 01, na qual eu vou votar
favoravelmente, mas ela precisa de uma vírgula.
Com relação à Emenda nº 02, que é a Emenda do meu
amigo Ver. Adeli Sell, acho que a ideia é excelente, muito boa, mas eu acredito
que, do jeito que ela está, poderá jogar os ciclistas que estão limitados às
ciclovias para dentro do trânsito pesado de caminhões, automóveis,
motocicletas. Acho que, quando se fazem as ciclovias, é exatamente para tirar
esse ciclista de lá. Por isso não vou votar favorável à Emenda do Ver. Adeli
Sell, porque eu acredito que ela não está com uma ideia acabada aqui. Com toda
a certeza, vamos votar favoravelmente ao Projeto.
Eu
quero agradecer ao meu amigo, Ver. Mario Manfro, meu companheiro, que ajudou
para que pudéssemos fazer esta discussão mais completa. Vamos votar
favoravelmente ao Projeto e à Emenda nº 01, que é do Ver. Beto Moesch.
(Não
revisado pelo orador.)
(O
Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE
nº 010/08.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; na verdade, o nosso
Partido já havia discutido a matéria no período de discussões, colocando a
importância de aprovarmos o Plano Diretor Cicloviário, inclusive na perspectiva
de cobrar do Governo a sua execução, no sentido de cobrar um prazo, no sentido
de cobrar uma pesquisa de demanda do fluxo de pessoas por regiões da Cidade, no
sentido de se fazer um projeto de fato, e não um arremedo de projeto, como
forma de facilitar a nossa vida como Vereadores da Cidade, tendo um projeto
mais fácil de cobrar e fiscalizar. Portanto, com todas as ressalvas,
evidentemente, nós votaremos a favor do Plano Diretor Cicloviário.
Entretanto,
o que me trouxe à tribuna foi justamente o desrespeito, o profundo desrespeito
com que o Líder do Governo trata os seus colegas, interrompendo pronunciamentos
para dizer que o problema do Brasil são os políticos “do contra”. Primeiro,
desrespeita os colegas que, na tarde de hoje, fizeram um excelente debate sobre
os problemas, as falhas e as necessidades de melhoria do Plano Diretor
Cicloviário. E não foi só a oposição, porque as intervenções do Ver. João Dib
foram muito esclarecedoras, como a que dizia respeito à situação na Av.
Ipiranga, por exemplo. E ele nem é da situação. Temos diferenças ideológicas
com relação ao transporte e etc., mas ele contribuiu positivamente, e o debate
foi feito de maneira frutífera e democrática.
Em
segundo lugar, o Líder do Governo parece que fecha os olhos para o verdadeiro
problema do Brasil. E não são os políticos “do contra”, não são os políticos
que fiscalizam, não são os políticos que estão querendo uma CPI na Assembleia
Legislativa para investigar o Governo Yeda Crusius e as denúncias que todo o
dia chegam; são justamente os puxa-sacos do Poder, aqueles políticos que se
locupletam na lógica fisiológica das Câmaras Federais e do Senado da República
e que usam o dinheiro público para se locupletar, para enriquecer, para
beneficiar os grupos empresariais como vimos também no Pontal do Estaleiro. E
quero dizer mais: eu diria que o problema de o Brasil não ir para frente não
são os políticos que cumprem seu papel parlamentar de fiscalização e que
participam das lutas sociais do povo, são justamente os que a nossa companheira
Heloisa Helena chamaria de “ratos de terno e gravata” -, e a República,
lamentavelmente, está repleta desses “ratos de terno e gravata”. E quero dizer
isso com muita tranquilidade de vir a esta tribuna esclarecer, porque o povo
brasileiro está cansado mesmo é desses políticos que reproduzem essa lógica,
que facilitam essa lógica e que, aliás, se recusam, nesta Casa, a debater
coisas tão importantes como a questão da Saúde e das denúncias que estamos vendo
no Município de Porto Alegre. Esse é o problema. E o problema a que estamos
assistindo também, que faz com que a Prefeitura e o Município de Porto Alegre
não vão para frente, é esse quadro extremamente assustador de repressão dos
trabalhadores municipais da cidade de Porto Alegre, porque foi feito um debate,
nesta tribuna, anteriormente, sobre as perseguições que a Prefeitura e o chefe
do DMAE, por exemplo, fizeram aos trabalhadores que distribuíam panfletos do
sindicato chamando para uma assembleia agora à tarde, que têm garantido por lei
o seu direito soberano e autônomo de se organizar e de fazer assembleia. O
Brasil não vai para frente, porque tem uma tropa de choque que manda a Guarda
Municipal deter o funcionalismo público que quer se organizar; porque tem uma
tropa de choque que manda a Brigada Militar atacar os municipários de Porto
Alegre, que já são atacados no arrocho salarial, que já são atacados no assédio
moral, que já são atacados nas perseguições só porque exercem o seu direito,
que é o direito da participação política nos órgãos, no seu sindicato, nas suas
assembleias, o que talvez o Líder do Governo não lembre, foi conquistado quando
se derrotou a ditadura militar no Brasil.
Portanto,
vim aqui encaminhar com profundo pesar o desrespeito com que os Vereadores e
Vereadoras desta Casa foram tratados ao debater um tema tão sério como são as
ciclovias para Porto Alegre, e é uma pena que este Vereador tenha a opinião de
que os políticos que desqualificam o Brasil são aqueles que cumprem o seu papel.
Eu acho que é justamente o contrário; o que desqualifica o Brasil são os
políticos que reproduzem a lógica fisiológica e a lógica da velha política
corrupta, da qual todos nós estamos cansados.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Permita-me,
Verª Sofia Cavedon, fazer um convite para a 1ª Conferência Nacional de
Segurança Pública, Etapa Porto Alegre “Construindo um Novo Modelo de
Segurança”, 29 e 30 de maio de 2009.
Abertura, aqui, na sexta-feira, dia 29, neste
plenário, às 19h. Plenária e Temáticas: Colégio Sévigné, sábado, dia 30 às
8h30min. (Turno integral.)
O Sévigné fica na Rua Duque de Caxias, nº 1475.
É uma atividade aberta aos trabalhadores em
segurança, sociedade civil e Poder Público, em geral.
Para maiores informações, eu tenho a chamada e a
convocação aqui.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 010/08, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; a Bancada de oposição será a favor para cobrar; a favor do
Plano Cicloviário para cobrar que este Governo dê consequência.
Agora, Ver. Dib, tu tens razão em quase tudo que
colocas, este é mais um Projeto mal-instruído que não traz, na verdade, a
seriedade que uma lei tem que ter, como o Projeto do Plano Diretor, que está aí
com uma série de erros, com duas, três Mensagens Retificativas, e ainda assim
há que se pesquisar muito para ver coerência no Plano Diretor.
Mas eu quero dizer, Ver. Brasinha, por que eu sou
contra – e o Brasil precisa de contras: dos 170 milhões de brasileiros, 50%
vive na pobreza. Então, eu sou contra, neste País, a concentração de terras, de
renda e corrupção, porque 50% dos 170 milhões de brasileiros vivem na pobreza e
na miséria.
E a Fernanda dizia aqui que os responsáveis por
essa miséria são o que se apropriaram historicamente do Estado brasileiro e
concentram poder e renda.
Eu sou contra, Ver. Brasinha, porque a pena de
morte está instituída nas ruas deste País, e mata jovens, negros, pobres da
periferia. Então, eu sou contra, sou contra a omissão dos Governos, porque a
criminalidade cresce em Porto Alegre, cresce no Rio Grande do Sul, e temos que
ser contra, temos que acusar que o sistema presidiário produz mais bandidos e
não dá novas chances de vida para ninguém.
Então, não adianta ser a favor de um sistema
desses. Eu sou contra, como a Fernanda disse aqui, a desfaçatez lamentável de muitos e da maioria dos
políticos, porque, gente, no Congresso Nacional - e não é só no Congresso; é no
Judiciário, é também no Ministério Público, nas várias instituições públicas -,
construíram uma pirâmide salarial de elite, de elitização, de privilégios, e
não corrigem, e não fazem reforma política. Venderam os seus mandatos - muitos
vendem os seus mandatos para o poder econômico -, e legislam para o poder
econômico, para a perpetuação dos privilégios; são corrompidos e corrompem, com
os mandatos que são votados pelo povo. Eu sou contra e me orgulho de ser
contra. Aqui em Porto Alegre a Saúde vai mal, nós sabemos disso, sabemos que as
pessoas fazem fila no dia anterior para pegar uma consulta, as pessoas esperam
meses para entregar um exame de volta para o médico – meses! As pessoas não têm
remédio continuado, e a corrupção na Saúde está denunciada, e esta Câmara não
quer investigar. Então, é preciso mais gente do contra! É preciso porque o povo
não tem condições básicas de saúde. É preciso gente que denuncie e que assuma
corajosamente que tem que mudar. Os municipários estão lá em assembleia, e a
proposta do Governo é não pagar a anualidade. O Governo Fogaça terminou com a
bimestralidade na lei, aqui nesta Casa; por maioria da base do Governo, mudou o
índice de reajuste dos salários para o IPCA, e sabem qual a proposta que faz
aos municipários? O IPCA é 5,53%, ele propõe parcelar, parcelar os 5% que a lei
manda pagar! Parcelado até o fim do ano! E está criando aqui 19 Cargos em
Comissão, Ver. Valter, que representa o Governo, que falará aqui agora. Então,
eu sou contra, porque o Governo não cumpre nem a sua Lei da Anualidade,
enquanto a maioria dos trabalhadores do País está recebendo reajuste acima da
inflação! Enquanto o salário mínimo, todo ano, recebe reajuste acima da
inflação! E aqui o Fogaça não quer pagar nem os 5% do IPCA aos municipários.
Aliás, quer pagar parcelado até o final do ano. Então, eu sou contra e acho que
tem haver mais gente contra, tensionando o Governo a fazer justiça social,
porque criar CCs não é fazer justiça social. E agora o Ver. Valter vem aqui
falar e espero que se explique, porque, reagindo a uma denúncia do Ver.
Todeschini, disse que quer uma Comissão de Ética por justa causa, porque vai
bater no Todeschini lá na garagem! Aliás, deu o exemplo dizendo que, quando o
Ver. Juarez Pinheiro apanhou da máfia do Montepio, ele se acalmou. Então, Ver.
Valter, explique aqui que democracia e republicanismo são esses que o senhor
defende? Que democrático é este senhor, o Líder do Governo, que defende bater,
pancadaria nos Vereadores? Ou se retrate aqui e diga que, mais uma vez, se
descontrolou neste Plenário.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
010/08, pelo Governo.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
vou me ater ao Projeto de Lei que institui o Plano Diretor Cicloviário, à
exposição de motivos, mas não sem antes, Sr. Presidente, responder.
Eu estou me lembrando do
Padre António Vieira, Verª Fernanda, que dizia que “é tão natural o responder,
que até os penhascos duros, com ecos, aos gritos respondem”. Sei que a senhora
acha que conhecimento, que sabedoria é demonstração de petulância, não é, de
forma nenhuma. Eu sou uma pessoa muito humilde no trato com todas as pessoas,
sobretudo as mais necessitadas. Mas ele dizia o seguinte, a senhora não sabe,
quero lhe dizer: “é tão natural o responder, que até os penhascos duros com
ecos respondem. Por outro lado, é tão inatural o não responder, que, aqueles
que Deus fez mudos fez surdos também, porque, se ouvissem e não pudessem falar,
arrebentariam de dor”.
Então,
quero responder a V. Exª, se não eu teria uma dor muito profunda comigo mesmo,
porque, enquanto V. Exª ainda usava fraldas, eu estava lutando pela
redemocratização do País. Redemocratização do nosso País! V. Exª que foi
desrespeitosa quando veio a esta tribuna! Foi desrespeitosa! Em 1984, eu tinha
14 anos, chegava a Porto Alegre e ia para o comício pelas Diretas, lutando por
aqueles que eram reprimidos. Quando o Presidente Collor estava respondendo ao impeachment,
eu estava no Largo da Praça XV, com a cara pintada, lutando pela
redemocratização! E eu não sou um necrófago da política, que se alimenta das
mazelas e da podridão e que diz que combate a pobreza, mas não combate nada,
Verª Sofia, porque, no dia em que a pobreza acabar, acaba o seu discurso! E a
senhora alimenta a pobreza, a senhora alimenta a corrupção, a senhora aplaude o
“mensalão”, a senhora aplaude o Genoíno [José Genoíno – Deputado Federal – PT],
a senhora aplaude aquilo que o Zé Dirceu fazia no andar de baixo da Presidência
da República! Então, não me acusem daquilo que é prática de vocês, porque eu
não tenho, graças a Deus, esses vícios! Eu sou uma pessoa lisa, correta,
ilibada! Eu tenho luta! Forjei-me na atividade política, fiz os meus sete mil
votos sem dinheiro, caminhando, graças a Deus! Sem dinheiro, Vereador! Graças a
Deus, olhando no olho das pessoas, pedindo voto a voto! Distribuí 70 mil
jornais de mão em mão, para ter que ouvir essas coisas que eu ouço aqui?!
Dizerem que não entendo, que não sei, que sou arrogante, que desprezo!
Vejam
a minha vida, vejam a forma como eu trato as pessoas por aí, as que trabalham
comigo! Tem gente que diz que é socialista e não respeita nem a mulher em casa.
Tem gente que diz que é socialista, não respeita nem o trabalhador que trabalha
consigo, não dá nem bom-dia, boa-tarde, nem o que é mais básico na dignidade
humana! Vejam a forma como eu me comporto com meu semelhante, e aí vão ver quem
sou eu! E não é figura de retórica, de alguém que nem sabe o que é a política,
que só sabe fazer panfleto político! Necrófagos da política que se alimentam da
morte e da podridão, e muitas vezes da honra alheia, ou no mais das vezes da
honra alheia.
Então,
era necessário, Sr. Presidente, que eu fizesse esta manifestação, porque se
dedicaram a subir à tribuna e a me atacar. A minha vida aí está, transparente;
a minha história, forjada na luta política, na luta pela democracia, Ver.
Mauro; lá com o meu pai, no antigo PDT, desde pequeno, de mão, e graças a Deus
que tenho um pai como tenho; na luta que fiz no PPS, quando fui candidato a
Prefeito, o mais jovem da história de Porto Alegre. Na luta que empreendo no
PMDB, em que fui candidato a Vice-Prefeito, fui Vice-Presidente do Partido,
sempre tratando meus Pares com dignidade, respeito, solidariedade! Então dizer
que há ratos na política e falando em mim? Por favor, preservem o seu veneno
para outras ocasiões, preservem, por favor, o seu veneno, destilem esse ódio,
essa política da contestação odiosa, destilem, por favor, em outra direção.
Respeitem este meu trabalho, respeitem a minha vida, respeitem a minha chegada
à Câmara de Vereadores, e não mirem em mim só porque eu sou Líder do Governo,
só porque eu sou Líder do Governo! Disse o Ver. Todeschini que há 13 anos se
espera o cicloviário. Desses 13, 8 foram do PT, no qual ele foi Secretário -
oito anos dele! Então, por favor, não vamos desvirtuar, nós estamos falando
aqui em ciclovias. Eu quero dar um testemunho. Eu, na condição de Líder do
Governo, pedi priorização para este Projeto, fui procurado pelo Ver. Beto
Moesch, fui procurado pelo Ver. Mauro Zacher, que são defensores desde sempre
dessa ideia, pediram-me que retirasse da pauta, nós assim fizemos, fizeram um
seminário, aqui vieram técnicos, todos tiveram oportunidade democraticamente de
se manifestar. E a Verª Fernanda, que nem sequer estava no seminário, não
participou, vem aqui querer dar lição de moral! Não participou do seminário e
palpita sobre tudo! Como disse o Ver. Haroldo: “dá bom-dia para cavalo”. Quem
muito fala dá bom-dia a cavalo.
Eu
concluo, Sr. Presidente, dizendo que nós estamos votando este Projeto hoje por
mérito do Governo. São diretrizes que nós estamos implementando. E, por favor,
vamos aplaudir o Governo do Prefeito José Fogaça pelas suas realizações. Tudo o
que este Governo faz, para a oposição, não vale nada; tudo o que eles fizeram,
ao contrário, é o melhor do mundo. Obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado,
Srs. Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: O
Líder do Governo ainda pode se redimir retirando a expressão que ele utilizou
na tribuna de que esta Vereadora recém tinha saído das fraldas. Primeiro,
porque eu sei da prerrogativa de que ele ainda pode retirar esse argumento;
segundo, porque mostra baixaria e arrogância com que os colegas são tratados
nesta Casa, e porque, mais uma vez, a juventude de Porto Alegre não é levada a
sério.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Está
colocada a sua questão. É uma decisão do próprio Vereador retirar ou não dos
Anais essa expressão.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
Toni, eu também queria incluir a solicitação de retirada da expressão, algo do
tipo: dar ouvidos a cavalos ou falar com cavalos. Porque eu acho que ele se
referiu aos Vereadores aqui, mostrando que o seu discurso é um e a sua prática
é outra, que ele é do tipo que bate e esconde a mão. Mas a sociedade um dia vai
descobrir. Eu pediria também que o Ver. Valter retirasse a colocação de que
esta Vereadora “aplaude o ‘mensalão’”, porque eu fui uma crítica a toda à
corrupção. Então, eu gostaria que ele retirasse essa afirmação, por ser uma
inverdade.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Está registrado o Requerimento. Como eu
já disse, é de decisão do próprio Vereador retirar ou não a afirmação.
O SR. ALCEU BRASINHA: Eu acho que o Líder do Governo falhou,
então eu solicitaria que ele retirasse a palavra “cavalo”.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente em exercício, eu pediria ao
Líder do Governo para que não retire absolutamente nada. Ele que faça como o
Todeschini: leve para o Conselho de Ética, porque, senão, isso daqui vai virar
um circo.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Estão todos os Requerimentos registrados;
é de decisão do próprio Vereador retirar ou não.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
010/08.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): É esta a matéria. Vossa Excelência tem
toda a razão.
O SR. REGINALDO PUJOL: Fico grato a Vossa Excelência, porque
faz meia hora que eu ouço de tudo, menos uma discussão a respeito desta
matéria. Por isso, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero, nesse derradeiro
momento, repetir algumas colocações que eu já fiz quando da discussão e dar
ênfase a outras tantas. Eu disse, tranquilamente, com toda a segurança, que
nós, que não éramos Vereadores na Legislatura anterior, havíamos recebido um
Projeto que foi amplamente discutido, debatido, por vários meses, examinado por
cinco Comissões, com todas elas opinando favoravelmente, e que nós, obviamente,
não tínhamos nenhuma razão para, sem um motivo maior, ficarmos contra o Projeto
de Lei, por não gostarmos, sei lá, do Secretário Municipal de Transportes, que
tem sido frequentemente aqui referido, ou por termos alguma predisposição
qualquer que justificasse uma posição que não nos parece correta. Até faço um
parênteses no meu pronunciamento para cumprimentar o Ver. Dib, que é coerente,
que tem razões pessoais, tem posição contrária, e que agora declara que vai
votar contra. Eu tinha dito que nunca entendia por que ele sendo contrário
apenas iria olhar as coisas acontecerem aqui na Casa.
Então,
eu quero dizer, sinceramente, que, no Projeto, desde o seu art. 1º, que trata
dos princípios, passando pelo art. 3º, que fala dos objetivos, tem uma série de
colocações e de proposições que eu duvido que tenha alguém aqui na Casa que
possa ser contrário a ele. Aí dizem: Mas como? Quando farão isso? Ora, quando
se falou a primeira vez em Plano Diretor em Porto Alegre, se previu a 1a
Perimetral, a 2a Perimetral, a 3a e a 4a, e
isso foi há 60 anos. E agora, há dois, três anos, nós tivemos concluída a 3a
Perimetral, e a 4a Perimetral a gente nem cogita quando é que vai
iniciar.
Por
isso, Sr. Presidente, eu tenho a maior tranquilidade. Eu olho o Ver. Airto
Ferronato, que é homem tranquilo, sereno, experimentado, e nós sabemos que nós
estamos votando essa matéria. Se o que aqui é previsto vai ser realizado no
curto prazo, no médio prazo, ou no longo prazo, o tempo nos dirá. Agora, se nós
não planejarmos, se nós não prepararmos, não abrirmos as condições... Ora, nós
somos Vereadores, Vereador legisla, faz lei, aprova, fiscaliza, nós não
executamos obras, as obras são incumbência do Executivo. É que como todos aqui,
num determinado momento, já foram do Executivo, pensam que ainda estão no
Executivo. Não estão!
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Há
um orador na tribuna, e eu peço a atenção dos Srs. Vereadores.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Não
preciso da atenção dos Vereadores que estão discutindo outras coisas. Eu sempre
dei atenção para eles, mas não preciso que eles deem atenção para mim. Eu estou
falando para quem quer discutir com seriedade, quem não quiser que fique
conversando, dialogando, falando de tudo, menos do Projeto que nós estamos
votando. Eu quero que todos saibam que nós estamos votando o Plano Cicloviário;
a política salarial do Governo Fogaça, os anos do Governo Federal, do Governo
Estadual não estão em jogo nesta hora. O que está em jogo é este Projeto, e
sobre este Projeto, honestamente, eu não ouvi ninguém trazer um elemento de
maior sustentabilidade, que me autorizasse a ter outra posição que não esta que
eu tenho, de apoio ao Projeto. E eu espero que essa discussão inconsequente que
aqui ocorreu não venha a contaminar, Ver. Toni Proença, este Projeto, que é
muito bom. Muito bom! Eu não tenho necessidade de andar fazendo elogios ao
Governo Fogaça. Não tenho essa necessidade! O meu Partido não tem
Secretário, não tem Diretor, não tem nada disso. Agora, só porque o Fogaça não
faz do Democratas seus Secretários ou seus Diretores, não vou deixar de
reconhecer: mandou um bom Projeto para a Câmara, e a Câmara o melhorou mais
ainda! Por isso temos que aprovar de uma vez por todas este Projeto! Chega de
conversa fiada! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, solicito que o Ver. Valter Nagelstein retire da sua fala “fez
campanha sem dinheiro”, porque, segundo o TRE, ele gastou 70 mil reais
na campanha. Setenta mil reais é dinheiro. Obrigada, Sr. Presidente.
O Ver. Waldir Canal está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 010/08.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, venho a esta tribuna encaminhar favoravelmente ao
Projeto. Entendo que é um Projeto que realmente vai contribuir com a nossa
Cidade. Porto Alegre já está esperando por isso há muito tempo.
Tenho
um Projeto, aqui na Casa, e, com a aprovação deste Projeto do Plano Diretor
Cicloviário, vou pedir a sua retirada, porque ele trata de muitos assuntos que
já se encontram contemplados neste Plano. Este Plano vem tramitando há muito
tempo aqui na Casa, mas quero até lamentar, porque recebi um parecer da nossa
Procuradoria vetando alguns artigos do meu Projeto, que, no Plano, foram
contemplados. Para mim, não faz falta, acho que sendo atendidos neste Projeto
das ciclovias já está de bom tamanho.
Este
Projeto contempla, no meu entender, não só os esportistas, aqueles que usam a
bicicleta para se exercitar, para se locomover, mas o trabalhador, aquele que
usa a bicicleta para ir para o trabalho, para economizar a passagem e que,
muitas vezes, não tem onde deixar a sua bicicleta. E o roubo de bicicleta é
muito grande, tem gente perdendo a vida por causa da sua bicicleta.
Eu
vejo aqui no art. 7°, inciso II: “Constituem elementos integrantes do sistema
cicloviário: II - bicicletários junto aos terminais de transporte coletivo,
prédios públicos e demais polos geradores de grande fluxo populacional”. Logo
abaixo, o art. 8° fala de novo em bicicletários: “Art. 8º - Para efeitos desta
Lei, consideram-se: VI - bicicletário: Espaço destinado ao estacionamento de
bicicletas com controle de acesso, coberto ou ao ar livre, podendo contar com
banheiros, vestiários e instalações para pequenos comércios, serviços e outros
equipamentos de apoio ao ciclista...”
Alguns
meses atrás, eu recebi um e-mail de uma moradora da nossa Cidade
reclamando que ela foi a um shopping e lá não havia lugar para colocar a
bicicleta; havia vagas para os carros, mas não tinha lugar para colocar
bicicletas. Apenas cinco vagas para estacionamento de bicicletas! Isso é uma
falha, que tem que ser revista já no Alvará de funcionamento do prédio público.
Inclusive, tem que chamar os bancos: muitas pessoas vão aos bancos e não têm
onde colocar a bicicleta. Tem que destinar no estacionamento dos bancos... Nós
temos visto bancos colocando suas agências em lugares que não dispõem de
estacionamento, e as pessoas que usam as suas bicicletas também têm que ter um
lugar para estacionar. Não apenas as novas obras, mas as que já estão aí têm
que se adequar a esta nova lei. Então, eu, da Bancada do Partido Republicano
Brasileiro, encaminho favoravelmente. Vamos votar favorável ao Projeto. Muito
obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, nós votaremos primeiramente as Emendas.
Em
votação a Emenda n° 03, destacada, ao PLCE nº 010/08. (Pausa.)
O
Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 010/08.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, público que
acompanha aqui, hoje, a Sessão e os que assistem ao Canal 16; inicialmente,
queria expressar minha indignação com a baixaria que em alguns momentos
acontece nesta Casa. Acho que a Casa deveria dar bom exemplo e ter certa
sensibilidade de respeitar os nobres Vereadores e Vereadoras, e isso serve para
mim, como serve para todos os colegas Vereadores; é a minha opinião.
Por
outro lado, queria dizer que o Projeto do Plano Cicloviário dialoga com a
Cidade, com as pessoas, com a saúde dos cidadãos. Portanto, sempre fui
favorável à ideia de criar mecanismos para que o cidadão não tenha acesso só às
avenidas da Cidade. Mais precisamente, quando o Ver. João Dib fala que na Av.
Ipiranga é difícil fazer ciclovias, possivelmente ele se refere ao lado
esquerdo, onde sempre vemos, diariamente, fazerem a dragagem do arroio na
Ipiranga, e o Projeto original diz que é preferencialmente à direita. Então,
vamos verificar que, em todas as vias, preferencialmente à direita, deverá
haver um espaço para a ciclovia.
Mas
vejam os senhores e as senhoras, colegas Vereadores: se o Ver. Zacher resolver
sair com a sua esposa para andar de bicicleta - ele diz que faz uso de
ciclovias -, e ele resolver parar num shopping center de Porto Alegre, o
Projeto original prevê que, a cada 20 vagas, há uma para a bicicleta. O ideal
seria que, para cada 20 vagas de estacionamento, houvesse uma de carro, no
tamanho do carro, para as bicicletas; daria de quatro a cinco vagas. O Projeto
original diz que, a cada 20 boxes de carro, uma vaga deve ser para bicicleta. A
Emenda é muito simples, ela aumenta para duas vagas. Então, a Emenda é tão
simples que vamos verificar, no futuro, que ela é mínima, nós teríamos que
colocar, no mínimo, quatro vagas gratuitas. É uma Emenda simples, mas de um
alcance, eu diria, social, que vem contemplar tanto aquele que hoje é usuário
como o futuro usuário, aumentando as possibilidades concretas daqueles cidadãos
que passam a utilizar esses espaços como ponto fundamental, e que o Ver. Valter
Nagelstein, Líder do Governo, acaba de salientar aqui - eu conversei com ele
anteriormente - e está dando acordo à Emenda. Portanto, com certeza, estaremos
aprovando a Emenda por unanimidade.
Eu
acredito que, com o tempo, nós vamos verificar que muitas outras Emendas ou
adequações ao Projeto serão necessárias. Por exemplo, nós percebemos ali no
Projeto que, para aqueles empreendimentos que têm até cem vagas, 10%, isto é,
dez vagas são para bicicleta. É insuficiente! E aí diz, em seguida que, acima
de cem vagas, Ver. Valter Nagelstein, a cada 21, nós estamos botando mais uma,
ficam duas. Fica a mesma coisa, o mesmo tratamento para aqueles que têm até cem
vagas, que vai ser também insuficiente.
Portanto,
creio que é apenas o início de um Projeto que está sendo sinalizado para a
Cidade e que tem uma enorme relevância. Eu não só voto favorável, como também
peço aos nossos colegas Vereadores apoio à Emenda nº 03. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, peço atenção para que possamos encaminhar, com tranquilidade, esta
matéria. Conforme disposição da nossa Lei Orgânica do Município, é Lei
Complementar e necessita, portanto, da maioria absoluta dos votos.
Em votação a
Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 010/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
com voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
Em votação a
Emenda nº 01 ao PLCE nº 010/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
com votos contrários do Ver. João Dib, do Ver. Reginaldo Pujol e do Ver.
Haroldo de Souza.
Em votação a Emenda
nº 04 ao PLCE nº 010/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com votos
contrários do Ver. João Dib e do Ver. Haroldo de Souza.
Em
votação a Emenda nº 05 ao PLCE nº 010/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com votos contrários do Ver. João
Dib e do Ver. Haroldo de Souza.
Em
votação a Emenda nº 06 ao PLCE nº 010/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com votos contrários do Ver. João
Dib e do Ver. Haroldo de Souza.
A Emenda nº 02 ao PLCE
nº 010/08 foi retirada.
Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o PLCE nº 010/08. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) APROVADO por 32
votos SIM e 02 votos NÃO.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Declaração de
Voto dos Vereadores João
Antonio Dib e Haroldo de Souza.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: (Lê.) “Votamos contrariamente ao Projeto. Primeiro, porque o Projeto
estava muito mal-instruído. Segundo, porque não somos criadores de ilusões.
Gostaríamos de ver a nossa amada Porto Alegre com ciclovias, mas ciclovia é
parte de Plano Viário, e nós não temos esse instrumento. Estaremos observando a
realização de ciclovias e aplaudindo quando acontecerem. A nossa fiscalização
começará com as já anunciadas ciclovias da Sertório, da João Antônio Silveira e
Ipiranga, já anunciadas mesmo antes da aprovação do Plano, o que prova, também,
que o Projeto era desnecessário. Saúde e PAZ! João Antonio Dib e Haroldo de
Souza.”
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1997/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 051/08, de autoria do Ver. Ervino Besson, que dispõe sobre a fixação de goleiras
destinadas à prática de futebol nas escolas do Município de Porto Alegre.
Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. João Carlos Nedel: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. Mauro Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CECE. Relator
Ver. Tarciso Flecha Negra: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL n° 051/08. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação o PLL nº
051/08. (Pausa.) O Ver. Ervino Besson está com a palavra para encaminhar a votação
do PLL n° 051/08, de sua autoria.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores
que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar
todos. Primeiramente, quero ler uma matéria que saiu no jornal Diário Gaúcho,
para que sejam tiradas quaisquer dúvidas a respeito do Projeto. É uma matéria
escrita pelo Antônio Carlos Macedo, e diz o seguinte (Lê.): “Goleiras
Perigosas. O Ver. Ervino Besson, do PDT, apresentou Projeto que torna obrigatória
a fixação das goleiras no solo, nas quadras esportivas das escolas municipais.
Bobagem? Não mesmo! É uma providência necessária para acabar com os frequentes
acidentes provocados pela queda dessas estruturas em cima dos estudantes. Tenho
um grande amigo que perdeu um filho, morto esmagado por uma goleira.”
Eu
fiz questão de ler essa reportagem, que saiu num jornal da nossa Cidade,
assinada pelo meu amigo Antônio Carlos Macedo.
Agora, em alguns momentos, estamos sujeitos a
alguns erros. Mas, com todo o respeito que tenho, e nem por isso vou perder o
respeito e admiração pelo trabalho da Secretaria Municipal de Educação, apesar
de, há pouco, ter recebido dela um Memorando em que se coloca desfavorável ao
Projeto.
Eu quero dizer para a Secretaria que é um Projeto
simples, mas que dará segurança para as nossas crianças. Entendo que talvez as
pessoas que tiveram essa avaliação pela Secretaria não foram muito felizes, com
todo o respeito. Se há alguma dúvida a respeito do Projeto, tem uma Emenda do
Vereador, assinada pelo meu Líder, Ver. Mauro Zacher, e pelo meu querido
colega, Ver. Tarciso Flecha Negra, que trabalhou muito tempo nessa área. Ele me
disse: “Vereador, muitas pessoas já tiveram acidentes com goleiras que não são
fixas”. É a área dele, trabalhava na área dele. Então, esta Emenda vem corrigir
algumas dúvidas.
Por
exemplo, na regulamentação do Projeto, meus caros colegas Vereadores, esta
Emenda vem corrigir, e é na regulamentação, se é há alguma dúvida sobre locais,
onde ocorrem outros eventos e onde não poderão ser colocadas goleiras fixas -
minha gente, é tão fácil de resolver o problema. Vou mostrar aqui (Mostra a
retirada e colocação das goleiras), é fácil. Em alguns locais são praticados
outros esportes, e ali poderá ser feito um buraco, onde será colocada a goleira
fixa. Não tem problema nenhum. É facílimo!
E
mais: sou um Vereador que, quando trago um Projeto aqui para Câmara, eu tenho,
por mania, escutar as reivindicações da comunidade, e isso foi uma
reivindicação, meu caro Tarciso, da direção das escolas municipais, que eu
encampei e montei este Projeto de Lei, que estou apresentando hoje aqui.
Espero que o Secretário não leve isso para o lado ruim, e, sim, para o lado bom, porque a intenção do Projeto é esta que coloquei aqui, e a Emenda vem corrigir qualquer dúvida. Vamos dar segurança para as nossas crianças, para que não aconteça o que foi relatado na matéria dos jornais O Sul e Diário Gaúcho. Muito obrigado, meu caro Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero
saudar o Edir Oliveira, Deputado e Secretário do Estado, seja bem-vindo à nossa
Casa, é uma satisfação tê-lo aqui.
O
Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para encaminhar a votação do PLL
nº 051/08.
O
SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde,
Sr. Presidente, Sebastião Melo; boa-tarde a todos os Vereadores, Vereadoras;
todos que nos assistem aqui, nas galerias e pela televisão. O Projeto do meu
amigão, querido Ervino, é bom, pois existe goleira fixa no colégio onde as
crianças de cinco aos dez aninhos, que trabalham ali dentro com o futebol. A criança
não tem o tino que nós, adultos, temos, de desviar da barra da goleira fixa.
Essa criança, batendo nessa goleira fixa, pode ter uma fratura no seu braço, no
seu corpo, o que não acontecerá na goleira móvel – sei disso, porque trabalho
há 15 anos com futebol.
Nos campos de várzea, sim, a goleira tem que ser
fixa, por quê? Quando se termina o futebol, vem a noite, aquele campo fica ao
deus-dará; se a goleira é móvel, as pessoas levam a goleira, e no outro dia,
não existe goleira no campo! Então, a goleira dentro dos colégios
municipais, estaduais, em qualquer colégio, ou mesmo nos parques, como aqui no
Parque Marinha, essas goleiras têm que ser móveis, porque existe gente que
cuida essas goleiras.
Até para uma quadra de futsal, a goleira móvel é
espetacular porque, se há uma festa, se há uma outra atividade dentro da
quadra, ela é tirada. Não sei se vocês veem nos ginásios, as redes de basquetes
são levantadas; as goleiras de futsal são tiradas quando a quadra é utilizada
para outra atividade. Então, a goleira móvel é para proteger a criança, porque
a criança não tem essa habilidade que nós, adultos e adolescentes, temos de
desviar do poste da goleira.
Então, Ver. Ervino, o teu Projeto é muito bom; só
esta Emenda que peço para que as crianças que brincam nas quadras, quando não
estiverem jogando futebol, não estejam expostas a fraturas por baterem nos
postes das goleiras fixas.
O Ver. Ervino disse que a goleira caiu na cabeça de
uma criança e a matou. Mas a goleira fixa é pior, porque podem acontecer
inúmeros acidentes com as crianças. Essa goleira pode ter um dispositivo atrás, vamos dizer, simples, para um colégio
que não tenha condições de fazer os pesinhos com grampo, bastam dois sacos de
linhagem com 30 quilos de areia de um lado e de outro, o que dá sustentação
para que essa goleira não venha cair na cabeça de alguém. Pode ser presa no
chão também, no concreto. Terminou a aula, tira-se o saco. Tem aula, coloca-se
o saco, para que a gente dê uma condição melhor e as crianças possam brincar
sem fratura, sem machucado.
Nessas
escolinhas em que eu trabalho, geralmente quando é local fechado, as goleiras
são móveis. Quando é lugar aberto, nos campos, as goleiras são fixas, porque à
noite fica ao deus-dará e, no outro dia, não se encontra a goleira. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
051/08.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Ver.
Adeli Sell, Vereadoras e Vereadores; venho, aqui, em nome da minha Bancada, em
nome da nossa Líder, encaminhar a matéria, porque ela tem mérito, mas não deve
ser uma matéria de lei. É uma matéria de providência ou ato de Gestão;
portanto, é uma matéria de iniciativa, de competência e de autoridade do
Executivo. Estou falando isso, porque esta Casa, hoje mesmo sofreu uma ADIn
sobre a Lei das Carroças, por estar legislando sobre matéria que não é de sua
iniciativa e de sua competência. E venho aqui para fazer a mesma crítica,
porque nós devemos fazer aquilo que nós devemos fazer, que é o nosso dever e
nossa obrigação, e não substituir atos pela inoperância do Poder Executivo,
como é o caso aqui. Qual a dificuldade, qual é o problema para fixar, ou seja
lá que medida for, para tornar seguras, aqui no caso, as goleiras? Para isso
basta um ato determinado ou numa Portaria ou numa Ordem de Serviço ou num
Decreto, sei lá, algum instrumento, pois são tantos que o Executivo dispõe,
Ver. Luiz Braz. Até porque ele é sabedor que tem problema, que tem necessidade
de tratar o assunto. Então, em vez de ter um Projeto de Lei, que eu acho que é
dispendioso, que ocupa espaço, que faz o assunto ser ocupado aqui pelos
Vereadores, pelas Comissões, pelos funcionários, e isso poderia ser resolvido
com um simples Pedido de Providências, e nós não devemos “pagar mico” aprovando
um Projeto que vai ser declarado, também, inconstitucional. Estão aqui
apontados todos os vícios de iniciativa, porque é atribuição precípua do Poder
Executivo; é ato de Gestão. Nós não podemos substituir; aliás, se o Governo
respeitasse, ouvisse os Vereadores e a Câmara, no caso aqui não precisa a lei;
a discussão e a fala da tribuna é o suficiente, Tarciso, o que o senhor falou
aqui já está encaminhado. O Executivo deveria ter ouvidos para incorporar e
tomar uma atitude, porque nós, como Parlamentares, alertamos o Executivo sobre
um problema e uma atitude que ele deve tomar. Agora, para isso precisa uma lei?
Não! Está claro que não. Nós não devemos invadir as competências do Poder
Executivo. Isso nos diminui, até porque vamos fazer todo um trabalho e vamos
“pagar um mico”, porque vai ser declarado inconstitucional. É uma questão
importante, sim; não tiro o mérito, porém é uma questão que precisa ser
resolvida pelo Poder Executivo. É ele que é competente, é ele que tem alçada, é
ele que tem a iniciativa, é ele que faz a gestão dos próprios, dos imóveis, dos
equipamentos, de tudo o que diz respeito ao uso e à segurança das pessoas,
aqui, no caso, dos estudantes.
Então,
eu sou pelo parecer de votar contrário, pelos vícios de iniciativa contidos no
Projeto. Nós não devemos, de novo, “pagar mico”. Essa é uma atribuição precípua
do Executivo, é um ato de Gestão, e o Governo tem que começar a trabalhar e
ouvir a Câmara, ouvir as reclamações, ouvir as sugestões e ouvir os
instrumentos que os Vereadores têm, que aqui no caso o mais adequado seria um
Pedido de Providências. Obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº
051/08.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, como
se diria: O tempora! O mores! O Governador do Estado do Rio
Grande do Sul, em 1830, Caetano Maria Gomes Lopes, disse: “Chega de leis, as
que têm são suficientes, basta que sejam cumpridas”. E eu acresço: a lei deve
ser clara, precisa e concisa para que possa ser respeitada; e deve haver
necessidade da lei. Essa das goleiras, por melhor que seja a intenção do
querido amigo, Ver. Ervino Besson, não ajuda em nada a Cidade. Nós passamos a
tarde inteira discutindo ciclovias, e o Governo tinha um Projeto aqui,
inteirinho, com proposição de Projeto de Lei, que não mandou para cá; mandou um
outro completamente diferente. Então, o nosso problema não é a falta de lei
para as goleiras, até porque, na realidade, deveria ser uma determinação
partida da Secretaria de Educação do Município, que é uma atribuição do
Executivo e não do Legislativo. Portanto, eu só fico dizendo que dessa lei nós
não estamos precisando, ainda que a intenção seja boa. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Ervino Besson, ao PLL nº 051/8.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
com 02 votos contrários.
Em
votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 051/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com 01 ABSTENÇÃO
do Ver. João Antonio Dib.
Em
votação o PLL nº 051/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO com 03 ABSTENÇÕES.
Encerrada
a Ordem do Dia. Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 9850/07 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 323/07, de autoria da
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, que
institui a Política Municipal de Atendimento à População em Situação de Rua no
Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 1558/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 057/09, de autoria do
Ver. Dr. Raul, que estabelece a possibilidade do agendamento telefônico de
consultas para pacientes idosos e para pessoas com deficiências já cadastrados
nas unidades de saúde do Município de Porto alegre e dá outras providências.
PROC.
Nº 2017/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 084/09, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que denomina Rua Ernando Batista de Carvalho e Rua
Nélson da Silva Borges os logradouros não cadastrados conhecidos, respectivamente,
como Beco Um – Rua Rui Barbosa – e Beco Dois – Rua Rui Barbosa –, localizados
no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC.
Nº 2218/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 013/09, que cria cargos
em comissão no Plano de Carreira da Administração Centralizada – AC, do
Executivo Municipal, altera a Lei nº 9.056, de 27 de dezembro de 2002.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1955/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/09, de autoria da Verª Maria Celeste,
que concede o Diploma Honra ao Mérito à Senhora Sandra Regina Castilhos Silveira.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
primeira inscrição para discutir a Pauta é deste Vereador, Adeli Sell, que
desisto.
Eu
queria parabenizar mais uma vez o Ver. Emerson Correa Silva por assumir hoje a
sua cadeira na Câmara de Vereadores.
O
Ver. Emerson Correa Silva está com a palavra, nos termos do art. 12, § 8º, do
Regimento.
O SR. EMERSON CORREA: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
Vereadoras, meus familiares que aqui estiveram; Força Sindical que aqui esteve
junto com o Sindicato dos Comerciários; Sindicato dos Aposentados; Sindicato
dos Contadores, sinto-me muito lisonjeado em participar de uma plenária onde a
gente vê que os Vereadores são combativos e conseguem colocar, de forma
excelente, seu posicionamento político nesta Casa. Sinto-me muito feliz em
estar aqui hoje como Vereador, e agradeço muito à minha Bancada, agradeço às
pessoas que vieram aqui hoje me prestigiar; pena que já tiveram que ir, mas
fico muito grato em estar tendo esta oportunidade de ser Vereador de Porto
Alegre, esta Cidade que tanto amo, onde nasci e me criei, em que pude, desde os
meus quatorze anos, começar a construir o meu caminho político que começou lá
atrás. É difícil não falar de uma pessoa que me guiou e que foi o meu norte
durante muito tempo na política: Leonel de Moura Brizola, pois eu fui
brizolista, sou brizolista e sempre vou ser; hoje estou no PPS, Partido que,
para mim, é um dos que conseguem agregar várias ideias, divergir e ter
posicionamento, que pode ser situação e oposição, mas é sempre pelo povo.
O
PPS hoje tem a transparência que muitos outros Partidos não têm, mas podem ter
a certeza de que nós, do PPS, estamos ao lado dos cidadãos de Porto Alegre e
das pessoas de bem, das pessoas que pagam seus impostos, e acreditamos, sim,
que esta Câmara de Vereadores tem um belo e árduo trabalho contra as drogas que
estão invadindo nossas vilas, a favor da qualificação profissional que tem que
aumentar, a favor da melhoria de nossa mão de obra para que, quando empresas
venham se instalar aqui, a mão de obra seja daqui, como a questão do shopping, onde 90% da mão de obra não foi
de Porto Alegre, foi da Bahia. É inadmissível que Porto Alegre, com tantos
desempregados, não tenha mão de obra qualificada para pedreiro, eletricista e
hidráulico.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Emerson, agradeço a V. Exª o
aparte. Quero cumprimentá-lo e dizer que seja muito bem-vindo; é muito bom
vermos a política oxigenada, com jovens e novas lideranças, e desejar êxito na
sua passagem. Com a sua licença, quero cumprimentar também a seu pai, Cláudio
Correa, líder sindical de expressão no nosso Estado. Quero desejar que V. Exª
seja muito feliz e que a sua caminhada política seja longa e sempre com muito
êxito e sucesso. Parabéns.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Correa, eu quero dar os parabéns a V.
Exª e dizer que gostei do seu discurso; o senhor está preocupado com o emprego,
defendendo os pequenos, porque vêm os grandões para cá e não dão emprego à
classe que mais necessita. Parabéns! Parabéns, Vereador, nós temos que lutar
pelo emprego dos nossos aqui do Rio Grande.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Emerson Correa, quero cumprimentar V.
Exª em nome da Bancada do PDT. Eu acompanho a sua caminhada não é de hoje, e V.
Exª é um homem firme, um homem que ama o que faz, um homem que tem um amor
profundo pela cidade de Porto Alegre. E V. Exª já traz isso de berço, de
família, pela história de seu pai. Portanto, mais uma vez, quero parabenizá-lo
e dizer que V. Exª tem um futuro brilhante pela frente, pela sua juventude. E
esse é um desafio que V. Exª tem agora e terá pela frente, sem dúvida nenhuma,
outros desafios. Parabéns por ter assumido aqui; parabéns pela sua família,
porque V. Exª traz o sangue, traz uma história familiar. Isso que é bonito. O
meu abraço.
A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, quero parabenizá-lo pela sua
posse hoje, aqui nesta Câmara, e dizer da minha satisfação em ver mais um jovem
participar da política desta Casa e da importância fundamental que a juventude
assuma a política para si. E que bom ver que nós, jovens, vamos ter um reforço
com o senhor aqui, inclusive para combater alguns argumentos, alguns discursos
que desqualificam e desconsideram a importância da juventude na política.
Parabéns! Seremos parceiros de muitas lutas.
A Srª Maria Celeste: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Emerson, em nome da minha Bancada, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós o recebemos com muita alegria neste
Plenário, especialmente pela sua juventude. Nós acreditamos que os Vereadores
jovens deste Plenário trazem uma história nova para a Câmara Municipal, e
trazem consigo também a história partidária, e o PPS demonstrou, ao longo da
sua história na cidade de Porto Alegre, um grande envolvimento com aqueles que
são excluídos na nossa Cidade. E, para nós, isso traz muita alegria, porque,
certamente, o seu dinamismo e a sua juventude vão ser em prol das crianças, dos
adolescentes, das mulheres, daqueles que são excluídos na nossa Cidade. Muito
obrigada e parabéns por estar conosco.
O
Sr. Toni Proença: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Emerson, em nome da Bancada
do PPS, eu quero lhe desejar as boas-vindas e dizer que nós, eu, o Elias, o
Paulinho, estamos muito orgulhosos de ver a Juventude do PPS ingressando na
Câmara de Vereadores para trazer a sua rebeldia, as suas reivindicações e a sua
luta em prol, principalmente, dos menos favorecidos e das minorias da nossa
Cidade.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Emerson Correa, em nome
do Partido Progressista, lhe dou as boas-vindas e quero lhe dizer o seguinte: se
V. Exª tiver o mesmo entusiasmo de luta que tem o seu pai, o seu caminho é
muito bom. Siga o exemplo de casa e vai ver que dá muito certo. Saúde e PAZ.
O
Sr. Elias Vidal: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Emerson Correa, como Líder do
PPS, eu quero dizer que é um orgulho para nós, para a nossa Bancada, tê-lo hoje
e nos próximos dias, como Vereador. Nós sabemos da importância deste dia para
V. Exª, porque hoje é um marco muito especial, quando assume seu mandato como
Vereador. Eu passei por essa experiência quando Suplente, no passado, e, quando
assumi, mesmo por um tempo curto, foi extremamente importante. Eu tenho certeza
de que hoje será um marco muito especial, que vai servir de combustível, de
plataforma para você cada vez crescer mais. E tenho absoluta certeza de que
você vai voltar a esta Casa como titular porque tem uma carreira brilhante, é
um jovem promissor, muito inteligente e um grande líder, e o Brasil precisa de
líderes como você. Parabéns! É um orgulho para nós tê-lo aqui nesta Casa.
O
SR. EMERSON CORREA: Eu
que agradeço. Quero dizer que também tenho muito a agradecer à Lomba do
Pinheiro, ao Ruben Berta, ao Leopoldina, ao Costa e Silva, ao bairro onde moro,
o Jardim Itu-Sabará; à Vila Jardim e a toda Porto Alegre, onde recebi votos,
porque, se estou aqui hoje, é graças a essas
pessoas que acreditaram que eu poderia fazer a diferença, e hoje estou fazendo
a diferença, pois estou aqui com vocês, com os 35 Vereadores eleitos pelo povo
de Porto Alegre, e é uma grande satisfação, para mim estar aqui junto com
vocês. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós que o
parabenizamos, Ver. Emerson Correa, que assumiu hoje, nesta tarde de
quarta-feira, no lugar do Ver. Paulinho Rubem Berta.
O Ver. Beto Moesch
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; no tempo de Liderança que me foi concedido pelo Ver. João Antonio
Dib, eu queria dizer uma coisa, Ver. Tessaro, Ver. Adeli Sell, que não é
mentira: nós temos Mata Atlântica em Porto Alegre! Não é mentira, porque houve
Vereador que disse que eu minto aqui na Casa. Não é mentira: nós temos Mata
Atlântica em Porto Alegre! Se acharem que não é verdade, que digam com dados
que nós não temos Mata Atlântica! Em janeiro de 2001, Ver. Valter Nagelstein,
na Representativa, eu estive aqui nesta tribuna dizendo, Ver. Dr. Thiago, que
nós tínhamos que traçar uma política para salvar os remanescentes da Mata
Atlântica em Porto Alegre, quando, então, dois outros Vereadores disseram:
“Não, não é possível, não tem Mata Atlântica em Porto Alegre!” Aí, trouxeram o
Atlas Ambiental e o mostraram, dizendo: “Ver. Beto Moesch, mas não tem Mata
Atlântica em Porto Alegre”. Aí eu mostrei para eles: se o Atlas ambiental não é
tão didático, sinto muito, mas a mata ombrófila densa e a mata ombrófila mista,
que estão aqui no Atlas, são de Mata Atlântica! São nomes científicos de Mata
Atlântica! Graças a Deus nós ainda temos Mata Atlântica em Porto Alegre! Se
alguém acha que eu estou faltando com a verdade, que venha aqui dizer que não
existe a Mata Atlântica. Temos Mata Atlântica em Porto Alegre, e quero
registrar isso hoje, Ver. João Antonio Dib, em Liderança, porque hoje é o Dia
Nacional da Mata Atlântica. Ela, que foi muito mais dizimada que a Floresta Amazônica e que tem a
mesma importância. É verdade, Ver. Adeli Sell, e, se V. Exª achar que não é
verdade, venha contestar em números, que a Mata Atlântica possui a maior
biodiversidade por metro quadrado no mundo! É verdade, também, que a Mata
Atlântica tem, além dessa maior biodiversidade por metro quadrado do mundo, a
maior regeneração dentre todas as matas do planeta, justamente por ser
tropical, por estar junto ao Oceano Atlântico e por ser úmida, Ver. Todeschini.
Ela tem um poder de regeneração fantástico. Ver. Pancinha, se nós deixarmos uma
área que antes era Mata Atlântica, intacta, em 20 anos, ela se transforma em
floresta. Isso é verdade, Ver. Adeli Sell! É verdade!
Os
dados que eu trago aqui na tribuna não são meus, são dados científicos, e é
verdade, segundo pesquisa, que a bicicleta é o transporte mais rápido do mundo,
até seis quilômetros de distância, em áreas de grande fluxo - e a Mata
Atlântica agradece aos ciclistas -, e o transporte mais barato. O mais rápido
até seis quilômetros de distância, com sinalização, com ciclovia, em áreas
densamente urbanizadas e com fluxo imenso de veículos. Infelizmente, são dados
científicos. Que se contestem, então, esses dados científicos! Esses dados não
são trazidos pelo Ver. Beto Moesch, são dados já divulgados, e nós os trazemos
para cá. Nós temos, em Porto Alegre, a Reserva do Lami José Lutzenberger – Mata
Atlântica. Isso é a história da Cidade, não é por causa de um ou outro governo,
isso se deve aos governos que responderam às demandas da sociedade e criaram a
Reserva do Lami José Lutzenberger – Mata Atlântica. O Parque Saint-Hilaire, que
é Porto Alegre, embora parte em Viamão, administrado por Porto Alegre – Mata
Atlântica. Morro do Osso – Mata Atlântica. Três reservas, Ver. Mauro Pinheiro,
e estamos criando a quarta, que é o Morro São Pedro, Ver. Todeschini,
contrapartida ao Socioambiental, 400 hectares.
Nós
introduzimos - são poucas cidades que fazem isso - o IPTU ecológico, que é para
preservação de propriedades particulares, para justamente criar os corredores
ecológicos, agregando as unidades de conservação. IPTU Ecológico, Verª Sofia
Cavedon, não é abrir mão de receita, ao contrário, porque não há recursos
hídricos, não há preservação do solo, não há clima, não há qualidade do ar sem
a Mata Atlântica. Portanto, alguns mecanismos estão aí para dizer: Dia da Mata
Atlântica. Porto Alegre tem que avançar muito, mas tem sido também um exemplo
de que mesmo em área urbana é possível nós convivermos e trabalharmos essa
união: desenvolvimento econômico com a proteção da Mata. Viva a Mata Atlântica!
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, com permissão do meu Líder do PTB, Ver.
Nilo Santos, que me concedeu o seu tempo, eu gostaria de agradecer também ao
Ver. Tessaro e ao Ver. DJ. Também gostaria de fazer um pequeno comentário, Ver
Pancinha, a respeito do jogo que tivemos no final de semana, que foi muito
importante, juntamente com os Deputados: foi o Parlamento Municipal contra o
Parlamento Estadual. E, graças a Deus, saímos vitoriosos, porque cada um
colaborou com um quilo de alimento. E ontem, assistindo pela televisão, o
Deputado Kalil Sehbe pediu revanche. Imediatamente eu já entrei em conversas
com o Ver. Tarciso, que também é meu querido amigo – ele também organizou isso
comigo -, e o Deputado Kalil, para, no dia 7 de julho, fazermos um novo jogo, e
já convoco V. Exas para participarem. Também quero dar meus parabéns
ao Ver. Emerson, que veio com uma ideia fantástica. Essa ideia eu também prego
todos os dias, porque eu sou contra os grandões, que não dão emprego e que só
derrubam os pequenos. Sobre Isso, Ver. Mauro Pinheiro, jamais vou parar de
falar, porque realmente, Ver. Valter Nagelstein, esses grandões que vêm lá do
outro lado do mundo, que não sabem como vieram, como chegaram e quando vão
sair, e, enquanto estiver bom, eles ficam por aqui, mas quem sabe, daqui a
pouquinho, eles estarão
alçando voo novamente, Ver. Toni. Muita gente está passando por dificuldades
financeiras, Ver. Dib. Aliás, o senhor que foi Prefeito desta Cidade é um dos
culpados em trazer o Carrefour para cá, porque começou no seu Governo.
(Aparte antirregimental do Ver. João Antonio Dib.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Secretário. Então, como Secretário, o
senhor era uma autoridade e não deveria ter permitido a chegada desses
extraordinários grandões, que quebram os pequenos e deixam “todo mundo a ver
navios”. Ver. Thiago, eu quero lhe dizer que eu tenho experiência própria
nisso, e eu já vi restaurantes, bares, minimercados, farmácias, padarias,
açougues, ferragens, oficinas, lojas de sapatos quebrarem; lojas tradicionais
no bairro há mais de 30, 40 anos. Ver. Todeschini, o senhor também estava no
Governo quando permitiu que aqueles grandões se instalassem lá no bairro Passo
D’Areia.
(Aparte
antirregimental do Ver. Carlos Todeschini.)
O SR. ALCEU BRASINHA: É, Vereador, o senhor estava. Aliás, o
senhor tinha muita autoridade no DMAE. Eu não estou lhe culpando, mas o senhor
estava no Governo, e eu queria que o senhor me ajudasse a levantar essa
bandeira, junto com o Ver. Adeli Sell. O Ver. Adeli Sell é um homem
democrático, transparente, mostra que é contra o Carrefour e contra o Sonae. E
eu, como Vereador simples e humilde que sou, sou contra esses grandões e vou
sempre defender os pequenos, porque minha meta é defender aquele pequeno
comércio, aquele pequeno armazém, aquele pequeno restaurante. Agora há pouco,
eu estava falando com uma senhora da qual eu gosto muito, e ela criticou o meu
projeto, e, mesmo a senhora sendo contra o meu Projeto, eu gostei que a senhora
falou. O Ver. Nagelstein me falou há pouco tempo que os apresentadores do
programa Guerrilheiros da Notícia são contra o meu Projeto. Não tem problema.
Nem Jesus Cristo agradou todo mundo, como é que eu vou agradar? De todos os e-mails que eu recebi, seis são
contrários e mais de cento e poucos são favoráveis ao meu Projeto, Ver.
Pancinha, pois permite que os pequenos deem mais emprego, que eles sobrevivam
um pouquinho mais, porque, realmente, nessa briga de leões, é quase impossível
viver com a pequena empresa. Estar aqui é fácil, Ver. Carlos Todeschini.
Inventar leis é fácil, mas eu quero ver sobreviver lá fora, matando dois leões
por dia, e dois no outro dia olhando para ti. Esse cara que sobrevive lá fora,
Ver. Elias Vidal, é o verdadeiro artista, verdadeiro equilibrista, porque ele
sofre. O Ver. Ervino Besson sabe o quanto é difícil, sabe muito bem, a gente
que trabalha na comunidade, a gente que vem lá da classe baixa. Eu, que
praticamente não tinha nada quando cheguei a Porto Alegre, lavei carro na rua,
morei na rua, fui um guri de rua, imaginem que consegui chegar aqui nesta
tribuna e ter a oportunidade de falar. Ver. Valter Nagelstein, eu,
simplesmente, lhe agradeço de coração, mas quero dizer que não tenho medo dos
grandes, eu tenho medo, sim, de Deus, mas deles não tenho. E, se Deus quiser,
nunca na minha vida vou ajudar os grandes, eu sou a favor dos pequenos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Vereadores e Vereadoras; lamentavelmente venho a
esta tribuna trazer um caso que se tornou sério e recorrente na Câmara
Municipal de Vereadores de Porto Alegre, que é o desrespeito, a forma
autoritária, a forma arrogante, que nós, da oposição, viemos sendo tratados
pelo Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein. E falo não só porque é um
desrespeito com a opinião da população de Porto Alegre, que elegeu distintos
Partidos para estarem aqui, distintas opiniões para serem representadas, e,
portanto, trazendo críticas, trazendo sugestões, fiscalizando, como desrespeita
a juventude da Cidade também ao dizer que o jovem recém saiu das fraldas, ao
estar aqui nesta Câmara de Vereadores. Eu, felizmente, tenho 25 anos e tenho
orgulho que a juventude esteja representada nesta Casa, tenho orgulho que os
jovens possam dizer que hoje são levados a sério, tenho orgulho de que a gente,
que veio do movimento estudantil, possa ter expressão política nesta Casa,
porque justamente são os jovens, como eu, que fazem falta na política, que
fazem falta para combater a velha política, que, segundo o próprio Jarbas
Vasconcelos, do seu Partido, Vereador, é muito bem representado no PMDB, um dos
Partidos mais corruptos do Brasil – não fui eu que disse, foi o Jarbas
Vasconcelos.
Quero
dizer quer, além de desrespeitar os Vereadores da oposição, além de
desrespeitar a juventude de Porto Alegre e eu, como jovem, nós, Vereadoras,
mulheres, desta Casa, vimos sendo desrespeitadas. A Verª Maria Celeste chamada
de mentirosa; a Verª Sofia Cavedon chamada de “cavalo”, juntamente com todos os
outros Vereadores; e eu chamada de criança, de guria que nem saiu das fraldas.
Acho que além de ser autoritário, além de ser desrespeitoso, além de estragar a
imagem do Governo Fogaça, nesta Casa, o Líder do Governo é machista.
Quero
dizer ao Líder do Governo que nós, mulheres, estamos conquistando os nossos
direitos há muitos anos. Conquistamos o direito de participar da política, e
não foi fácil. Nós tivemos que lutar muito para ter direito ao voto. Nós
tivemos que lutar muito para existir o direito e a possibilidade de ser votada.
Nós tivemos que lutar muito para poder participar de sindicatos e da luta
política geral. E nós, as quatro Vereadoras - a Verª Juliana Brizola não está
aqui, mas imagino que falo em nome dela também –, temos orgulho de poder estar
nesta Casa fazendo política. E queira o senhor ou não, respeite o senhor as
mulheres ou não, respeite o senhor os jovens ou não, respeite o senhor a
oposição ou não, nós continuaremos fazendo política. E gostaria de lhe dizer,
na verdade dizer ao Prefeito Fogaça que substitua o Líder do Governo, que não é
possível mais que o Governo Fogaça seja representado nesta Casa por V. Exª,
pois o senhor acaba com a possibilidade de que haja um debate sério sobre os
rumos da cidade de Porto Alegre, o senhor acaba com a possibilidade de que a
gente possa viver com as diferenças, de que a gente possa debater política e
conviver com as diferenças que são necessárias. Porque é fundamental que exista
situação e oposição, porque é fundamental que nós cumpramos com o nosso dever
de fiscalizar, de atuar sobre o que o Governo está fazendo.
Gostaria
de lhe dizer que nós, do PSOL, queremos registrar que hoje o senhor faltou com
o respeito com todos os Vereadores, quando usou o termo “cavalos”, que é uma
pena que o senhor diga que os Vereadores desta Casa, que não pensam como o
senhor - porque o senhor é um autoritário - que não usam esta tribuna para
fazer o mesmo discurso que o senhor, são “cavalos”, e o senhor não ouve os
“cavalos”. Gostaria de lhe dizer que é uma pena que o senhor venha a esta
tribuna, de forma autoritária e arrogante, dizer essas coisas, e ainda fazer
exercício de retórica; como todos os bons políticos demagogos, utilizar a sua bela
retórica aprendida nas suas aulas de Direito para construir uma bela imagem de
V. Exª, tentando bater nos outros, desqualificar os outros.
Na
verdade, não conheço a sua trajetória na luta contra a ditadura, porque não
consta nos autos nem no movimento estudantil - e acredito -, mas o senhor
respeite a trajetória de todos os outros que atuam nesta Casa, que militam
nesta Casa, e o senhor respeite a juventude, o senhor respeite as mulheres! Na
verdade, “respeito” é uma palavra que falta no seu vocabulário. Por favor,
aprenda!
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; há poucos dias
conversávamos nós - permita-me uma inconfidência -, e V. Exª falava a respeito
daquilo sobre o que Marx já escrevia: o cretinismo parlamentar, que é
exatamente essa estratégia simples, barata, estratégia desprovida de qualquer
conteúdo ético, no sentido de que ela tem somente um objetivo, uma finalidade,
que é desqualificar o adversário político. E aí tudo é lícito, tudo é
permitido, tudo pode. Há um outro filósofo, que se chama Schopenhauer, que
também falava - e eu já falei aqui, Ver. Ervino, na tribuna - a respeito dessas
táticas de que a oposição se tem valido, de trazer toda a espécie de
subterfúgio, argumentos que nós sabemos que são mentirosos, que não são
verdadeiros, que são enganadores e, a partir daí, retirar o problema do seu
foco, do seu centro e, criando essas outras questões que são periféricas, fazer
com que nós percamos também o nosso rumo, o nosso caminho. Estratégia sua, Verª
Fernanda. Volto a dizer: V. Exª tem muito a aprender. E eu não estou dizendo
isto querendo desqualificar o seu trabalho, mas é que V. Exª dá demonstrações
disso.
Quer
me colocar contra os jovens. Mas eu próprio sou um jovem, eu próprio fui
forjado nessa luta. V. Exª Excelência diz que não sabe, que não viu; é obvio,
Vossa Excelência é mais nova, e, certamente, está militando num tipo de
militância política que a mim não serve.
Diz
que eu falei contra as mulheres. E aí busca usar este microfone para me colocar
contra as mulheres. Deus me deu duas mulheres, duas filhas. Pergunte àquelas
que se relacionam comigo, às que trabalham comigo, e vão ver que isso que V.
Exª está dizendo é absolutamente descabido, dizendo que eu sou machista; veja a
forma como eu trato as pessoas. (Aparte antirregimental da Ver. Fernanda
Melchionna.) Então, respeite a minha fala, por favor; dê-me o direito de falar,
porque totalitária é V. Exª, que não respeita o que os outros falam! Esse é o
espírito totalitário que V. Exª não deixa de expressar e de manifestar. Então,
por favor, respeite!
Quer
me colocar contra os jovens, por um lado - eu, um próprio jovem, forjado nessa
luta, na luta política.
E
contra as mulheres? Não faça isso! Não faça isso, não combina com o tipo de
política que V. Exª diz defender. É um joguete, e não vamos nos prestar a isso.
Diz
que é fundamental que haja situação e oposição. Não há dúvida nenhuma de que é
fundamental que haja situação e oposição! Mas mais necessário de que haja
situação e oposição é que haja oposição com responsabilidade! E
responsabilidade é importante na vida, para tudo! E a oposição que se faz aqui
é odiosa; ela destila veneno, ela é irresponsável! Ela não reconhece nada de
bom que o nosso Governo faz! Isso não é oposição.
Ora,
essa tarefa que a Verª Fernanda faz e que alguns Vereadores... Não são todos os
Vereadores; Ver. Adeli, meus respeitos a V. Exª, ao Ver. Oliboni e, de certa
forma, ao Ver. Mauro Pinheiro, que, às vezes, infelizmente, se soma a esses
propósitos, mas a oposição que se faz aqui não é uma oposição construtiva. Eu
não a vejo propondo nada de bom para a Cidade; eu a vejo só querendo destruir
aquilo que os outros fazem! Olha, essa é a oposição que só joga pedras, ao
invés de juntar as pedras para que se construa algo, e isso não é bom! Isso não
é bom para Porto Alegre, isso não é bom lá para a minha Bagé, isso não é bom
para o Rio Grande do Sul, isso não é bom para o Brasil!
A mesma indignação que V. Exª tem com relação aos
“ratos da política”, como diz - eu não conheço, graças a Deus, mas V. Exª deve
conhecer -, a mesma indignação que V. Exª diz eu também tenho! Também quero que
a política seja renovada! Também quero que a política seja melhorada, é óbvio
que sim! Mas política com responsabilidade!
A
Verª Sofia falava daqueles que são do contra, porque está no DNA da atuação
política de vocês essa ideia de ser do contra em relação a tudo. Não construir
nada é fácil! É fácil fazer política assim, Sr. Presidente. É uma beleza fazer
política assim! “Nós não temos responsabilidade com nada! Nós atacamos tudo e
todos, e, pelo contrário, nós somos as vestais do templo. Nós somos éticos”. A
Verª Fernanda é a costela do PT, é a costela que foi retirada do PT apodrecido,
mas agora se juntam todos aqui, no mesmo propósito. Então, são todos a mesma
coisa, estão todos misturados.
Essa
tarefa de fazer oposição assim é fácil, essa tarefa de não construir nada, de
atacar todos, é uma beleza de fazer. Eu faria política dessa forma com muita
facilidade, mas a minha tarefa aqui é muito maior, e não é a senhora que me vai
tirar da Liderança do Governo; não é nem sequer o desejo do PT que me vai retirar
da Liderança do Governo!
E
não diga que eu não trato bem os jovens, não diga que eu não trato bem as
mulheres, porque eu, graças a Deus, ando de cabeça erguida. Se cabeça erguida
para a senhora significa ser arrogante, para mim, andar de cabeça erguida
significa que posso olhar nos olhos das pessoas, chegar em casa e olhar nos
olhos das minhas filhas e da minha mulher e dizer que, a cada dia, eu cumpri a
minha missão com esta Cidade, que é de fazer votar Projetos que são importantes
para Porto Alegre, com a nossa base, que são 26 Vereadores - isso dói na
senhora e na Bancada do PT, porque o povo elegeu vocês como minoria.
Conformem-se na situação de serem minoria e não atrapalhem a forma como estamos
querendo, inclusive, resgatar muitas coisas que vocês deixaram em aberto em
nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; lamentavelmente, assistimos, hoje, à tarde,
a um dos episódios que têm sido característica de uma rotina, nesta Casa, mais
lamentável dos últimos seis anos, eu diria. Eu lembro, quando entrei nesta
Casa, que havia disputas muito sérias no plenário, de alto nível de conteúdo
político. Disputa pessoal e ofensa pessoal, como tenho assistido nos últimos
dias, há muito eu não via neste plenário. E essa prática iniciou justamente
neste ano, sob a sua Liderança, Ver. Valter Nagelstein, um Líder do Governo que
não aceita o contraditório. Andar de cabeça erguida para mim tem um outro
significado: significa ser autoritário, arrogante, porque essa é a sua postura,
especialmente com a Bancada de oposição desta Casa. Lamentavelmente, nós temos
visto e ouvido isso. Aliás, o senhor não só briga com a oposição, briga também
com as Bancadas de situação. E eu, muitas vezes, converso com os demais
Vereadores, porque eu sou uma Vereadora de amplo diálogo e não tenho problema
nenhum em dialogar com o Governo, nem com os Vereadores da base do Governo e
ouço deles críticas ao seu comportamento como Líder do Governo. Agora, nós aqui
somos minoria, mas não somos minoria na Cidade, não somos minoria quando nos
enxergam como vozes capazes de estar aqui trabalhando pela Cidade. E também não
é verdade quando V. Exª diz que nós estamos aqui fazendo uma oposição por ser
oposição! Aprovamos dois Projetos nesta tarde, um do Governo e outro do Ver.
Ervino Besson, com os votos da oposição! E, muitas vezes, nesta Casa, a
oposição é que dá quorum, sustenta os plenários e sustenta a votação dos
Projetos do Governo Fogaça! E tantas outras vezes, a oposição, atenta àquilo
que está votando, propõe Emendas aos Projetos do Executivo, contribuindo com o
Prefeito Municipal! Então, Ver. Valter Nagelstein, eu lamento profundamente o
que V. Exª fez nesta tarde. Vossa Excelência conseguiu, sim, brigar com a
Bancada feminina desta Casa. Vossa Excelência me ofendeu, ofendeu a Verª Sofia,
ofendeu a Verª Fernanda. Para mim, começa aqui uma disputa também de gênero, o
que é lamentável! E nós não vamos permitir isso nesta Casa! Já fui chamada
inclusive de mentirosa por defender pontos de vista importantes. E eu não
aceito isso de nenhum Vereador e não aceitarei que nenhum Vereador faça isso
com nenhuma das minhas colegas Vereadoras, não só as que estão presentes, mas
também a Verª Juliana Brizola. Respeito é bom, é importante em todo ambiente. E
V. Exª não deveria estar rindo neste momento, não deveria! Deveria estar
envergonhado com a manipulação que V. Exª fez hoje no Plenário, deveria! Porque
V. Exª ameaçou um Vereador da minha Bancada, o Ver. Todeschini, fazendo
referência a uma história triste, quando o Ver. Juarez Pinheiro foi espancado
na Cidade Baixa, porque cumpria o seu dever de Vereador, porque foi Presidente
de uma CPI nesta Casa, e V. Exª trouxe esse fato, dizendo que o mesmo que
aconteceu com o Ver. Juarez Pinheiro deveria acontecer com o Ver. Carlos
Todeschini. Por quê? Porque, simplesmente, o Ver. Todeschini usou da
prerrogativa que lhe cabe regimentalmente nesta Casa, solicitando uma comissão
de ética, exatamente pela postura antidemocrática de V. Exª nesta Casa, que vem
a esta tribuna ofender os colegas reiteradamente. É disso que se trata, e,
lamentavelmente, nós assistimos a esse episódio nesta tarde.
Mais
do que isso: eu quero aqui uma posição do Governo Fogaça. Eu quero saber se o
Prefeito comunga com as suas ideias, se o Prefeito o autoriza a tratar a
oposição desse jeito, porque me parece que o Prefeito Fogaça tem uma outra
forma de se relacionar com os Vereadores e, especialmente, com os Vereadores da
oposição.
Nós
não temos culpa de o Governo Municipal estar sendo corroído por denúncias de
corrupção. O nosso trabalho nós temos feito, e aqui ninguém vai calar a
oposição, seja Vereador de que Partido for, especialmente, o Líder do Governo.
Não tem autoridade para calar a oposição! E nós queremos, sim, que o Prefeito
Fogaça o substitua, porque não há mais condições de ter diálogo com o Líder do
Governo.
E
eu pergunto aos demais Líderes e Vereadores desta Casa se concordam com a
maneira como o Líder do Governo se relaciona, especialmente, com a Bancada da
oposição? Esse é o questionamento que deixo aqui e solicito ao Prefeito Fogaça
que faça uma interferência na sua Liderança, porque não há mais condições de
trabalho. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. João Pancinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público das galerias e
da TVCâmara; a minha participação aqui no dia de hoje, na realidade, é para
dizer que os dois lados, no fervor da discussão, ultrapassaram um pouco o
limite. Mas não pode, de forma nenhuma, usar a tribuna para solicitar ao
Prefeito Fogaça que substitua o Líder de Governo.
O Líder de Governo, o nobre Ver. Valter Nagelstein,
é um homem de confiança do Prefeito Fogaça, é uma escolha do Prefeito. E acho
que não é justo, no clamor da discussão, vir até esta tribuna e pedir a
substituição do Líder. Isso é uma incumbência do Prefeito, do Governo.
E
eu utilizo este momento de Liderança também para dizer à nobre Verª Fernanda
Melchionna que em todos os Partidos, de Norte a Sul, temos elementos que não
deveriam estar nos nossos Partidos. E a nobre Vereadora usou o nome do Jarbas
Vasconcelos para dizer que o PMDB daqui é o Jarbas Vasconcelos. Não, eu não
posso concordar com isso e venho aqui para dizer que este PMDB que está aqui,
representado por este Vereador e por esta Bancada, é o PMDB que luta pela
dignidade, luta pelas pessoas, luta pela cidade de Porto Alegre, pelo Estado e
também pelo Brasil.
Eu
não vou retirar uma palavra do que o nobre Ver. Valter Nagelstein falou, mas
também não vou recriminar a posição da oposição. Mas acho que algumas
colocações aqui foram mal postas. Não vi o Ver. Valter Nagelstein ofender as
mulheres aqui, e acredito que, no momento certo, ele poderá justificar isso.
Não foram ataques pessoais, eu acho que, no clamor da discussão, a Verª Sofia,
a Verª Maria Celeste e a Verª Fernanda entenderam errado. Eu participei todo o
tempo e não vi realmente. Agora, eu não tenho o dom da oratória do Ver. Valter
Nagelstein, então, ele traz assuntos, temas aqui que, no clamor da discussão,
ele faz as suas colocações e defende, já veio aqui e defendeu também, assim
como todos os nobres Vereadores e Vereadoras vieram aqui e defenderam.
O
que eu quero pedir e aqui eu falo como Líder do PMDB, usando a Liderança do
PMDB, mas mais como Vereador desta Casa: oposição tem que ser oposição, uma
oposição séria, como sempre defendi aqui. Existe a base de Governo, a
Prefeitura precisa caminhar, e esta Casa Legislativa tem de ter harmonia. E eu
venho aqui, neste momento, pedir que os ânimos se acalmem, que discutamos os
Projetos, discutamos as Emendas, a oposição faça o seu papel, mas o seu papel
consciente, digno, como sempre fez, e que tenhamos harmonia para juntos
discutir os projetos, as emendas para o futuro de Porto Alegre, que é o que
todos nós queremos, tanto a Bancada de oposição como a base de Governo.
Vereador
Valter Nagelstein, V. Exª tem o meu total apoio para continuar sendo o Líder do
Governo, porque acho que V. Exª tem condições, tem capacidade, e, podemos
sentar, sim, para conversar com a oposição e com o Governo.
Muito
obrigado pela atenção.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Eu
inicio exatamente falando do papel da oposição, e o que nos revolta muito,
muitas vezes, Sr. Presidente e Ver. Pancinha, que falou pelo PMDB, é a maneira
como o Líder do Governo desqualifica a oposição. Ele não suporta críticas, não
suporta escutar uma crítica. Eu procurei anotar os temas levantados durante a
tarde de hoje pela oposição, todos com muita pertinência, e não só pela
oposição, como alguns Vereadores da situação. Nós levantamos o problema do
trânsito; nós levantamos o problema dos empreendimentos em Porto Alegre, da
ausência de política, de imediação; todas as críticas com relação à Saúde sobre
as quais se têm evidências, testemunhas, dossiê, e fitas. Agora, o problema
aqui é que a oposição não é construtiva!
Se
o Vereador Valter está em nome do Governo, e se o Prefeito Fogaça não o retira
e o autoriza, ele é da sua confiança - ele é a cara do Governo. Então, Prefeito
Fogaça tem a cara e o comportamento do Ver. Valter, que desqualifica a
oposição. Quando nós levantamos aqui que aos municipários não quer pagar o IPCA
de 5%, que é a Lei da Anualidade votada nesta Casa - esta é uma crítica por
crítica, é uma crítica vazia? Não é uma crítica vazia.
Então,
o Ver. Valter conseguiu desrespeitar todos, inclusive o processo democrático, o
debate partidário neste País. Portanto, se o Fogaça não é isso, o senhor não
poderá ser o seu Líder.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): São
18 horas e 31minutos, nós já passamos um minuto do tempo regulamentar. Em
votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas, porque há dois Vereadores
que pediram inscrição. (Pausa.) (Após o fechamento do
painel eletrônico.) Sete Vereadores presentes. Não há quórum.
Eu quero explicar às Sras Vereadoras e aos Srs.
Vereadores o seguinte: as nossas Sessões têm 4h30min. Nós começamos,
pontualmente, às 14 horas, não tivemos interrupções, e a prorrogação se dá na
Ordem do Dia. Portanto, foi uma verificação de quórum. O art. 145, na página 35
do Regimento Interno, diz o seguinte (Lê.): “Art. 145. A Sessão poderá ser
prorrogada, por prazo não superior a duas horas, para discussão e votação da
matéria constante na Ordem do Dia, desde que requerida por Vereador ou proposta
pelo Presidente e aprovada pelo Plenário. Parágrafo
único. Independe de aprovação do Plenário a prorrogação da Sessão pelo tempo de
conclusão dos períodos de Grande Expediente e Comunicações”. Portanto, nós cumprimos o horário,
inclusive passamos do horário. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h34min.)
*
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